Segunda onda de pandemia agrava situação das pequenas indústrias, aponta CNI

Mulher trabalha na indústria com colegas ao fundo

Foto Divulgação/Senai

Por: Pedro Leal

14/05/2021 - 12:05 - Atualizada em: 14/05/2021 - 12:21

Os impactos da segunda onda da pandemia de Covid-19 foram sentidos na atividade das indústrias de pequeno porte no primeiro trimestre de 2021. Levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o Índice de Situação Financeira caiu de 43,1 para 37,8 pontos.

A piora é resultado da queda do faturamento e da produção, além da dificuldade de acesso ao crédito e à alta do preço dos insumos. Entretanto, no Panorama da Pequena Indústria, o Índice de Perspectiva teve aumento e sugere otimismo para os próximos meses.

“A suspensão das linhas de financiamento emergenciais voltadas às pequenas indústrias, em razão do término do estado de calamidade, impactou negativamente o acesso ao crédito pelo segmento e resultou no recuo de 5,3 pontos do indicador”, destaca o relatório técnico. Ainda assim, o indicador manteve-se acima da sua média histórica de 37,4 pontos.

O recuo na produtividade e nas vendas impactam diretamente o fluxo de pagamento das micro e pequenas empresas (MPEs), podendo levar muitas delas a encerrar suas atividades nos próximos meses.

Um dos mecanismos que pode auxiliar a vida financeira das MPEs é o Marco Legal do Reempreendedorismo, criado pelo Projeto de Lei Complementar (PLP) 33/2020, que aguarda aprovação na Câmara dos Deputados. Para a CNI, quando aprovada, a nova legislação permitirá a adoção primordial da renegociação extrajudicial, por ser mais simples e barata.

Além disso, essa medida ainda cria um incentivo a renegociação dos contratos, geralmente usados na aquisição de máquinas e equipamentos essenciais para a atividade das MPEs, que contribui para o restabelecimento adequado do fluxo de pagamentos.

O pequeno aumento do Índice de Desempenho, de 0,3 ponto entre os meses de fevereiro e março (de 43,6 pontos para 43,9 pontos), interrompeu uma tendência de queda, observada ao longo do último trimestre de 2020, bem como nos primeiros dois meses de 2021. A atividade industrial estava especialmente aquecida em outubro, como resultado da recuperação da atividade após período crítico da pandemia em 2020, mas perdeu força nos meses seguintes.

A falta ou alto custo da matéria-prima persiste sendo o principal problema enfrentado pela pequena indústria. Quando comparado ao último trimestre de 2020, o índice aumentou e continuou na primeira posição do ranking de principais problemas enfrentados pelas pequenas empresas dos setores extrativo, de transformação e de construção. Os últimos resultados para os três setores foram: 46,9% na extrativa, 66,7% na transformação e 55,9% na construção.

A demanda interna insuficiente ainda persiste como problema relatado pelos empresários e ocupa o terceiro lugar em todos os segmentos industriais.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).