O projeto do nano satélite VCUB1, primeiro satélite da indústria brasileira e que está em desenvolvimento no Instituto Senai de Inovação em Sistemas Embarcados, em Florianópolis, foi apresentado à diretoria da Fiesc, pelo presidente da Visiona Tecnologia Espacial, João Paulo Campos.
Ele salientou que o VCUB1 integra a nova geração de satélites, chamada New Space, que se caracteriza por tecnologias mais avançadas, baratas e leves que as da Old Space. “Nas primeiras décadas, satélites custavam de 200 a 400 milhões de reais e chegavam a duas toneladas”, disse.
O VCUB1 terá um custo de R$ 12 milhões e será um pequeno cubo com 10 cm x 20 cm x 30 cm e peso de 11 kg. “É quase que um brinquedo, se comparado com os equipamentos das décadas anteriores”, afirmou.
Empresa parceria no projeto, a Visiona é uma joint-venture entre a Embraer Defesa & Segurança e a Telebras.
Conforme Campos, o objetivo inicial do VCUB1 é ser um demonstrador tecnológico, de validação de tecnologias espaciais desenvolvidas pela Visiona e pelo Senai.
Mesmo com esse caráter, o nano satélite prestará serviços, como os de captação de imagens, apoio à agricultura e coleta de dados. Por passar sobre o território brasileiro a cada 90 minutos, o satélite poderá, por exemplo, coletar e fornecer imagens a prefeituras para planejamento e serviços urbanos.
São mais de 100 atividades de gestão de cidades que podem ser realizadas a partir de informações fornecidas pelo satélite. Na agricultura, Campos citou o exemplo de identificar diferenças de produtividade em diversas áreas da fazenda, permitindo uma intervenção minuciosa para a melhoria nos segmentos prejudicados.
A coleta e a distribuição de dados permitem a inserção das empresas na indústria 4.0 ou Internet das Coisas, com informações sobre meteorologia (temperatura, pressão, chuva), rastreamento de gado, caminhões, contêineres, entre outras.
A exemplo do convênio firmado com a Federação Catarinense dos Municípios (Fecam), a proposta é realizar parcerias com instituições como a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Para o diretor de inovação do Instituto Senai de Sistemas Embarcados, Pierre Mattei, o VCUB1 “está na vanguarda mundial e não perde nem em tecnologia, nem em capacidade para o que existe de mais avançado no mundo”.