A Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (Facisc) sediou, nesta quarta-feira (22), o Seminário Bilateral de Negócios Santa Catarina & Malásia, um encontro que marcou mais um passo importante na aproximação entre o setor produtivo catarinense e o mercado asiático. O evento integra a Visita de Promoção Comercial e Insight de Mercado – Programa de Empoderamento 2025, promovido em parceria com a Embaixada da Malásia no Brasil e a Secretaria Executiva de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos de SC (SAI).
O objetivo do seminário foi estreitar as relações institucionais e empresariais entre os dois países, apresentar oportunidades de negócios e parcerias em áreas como tecnologia, energia, eletroeletrônicos, metalmecânico, alimentos e bebidas, saúde e inovação.
Durante a abertura, o diretor de Relações Internacionais da Facisc, Evaldo Niehues Jr., destacou o papel da Malásia como parceira essencial da economia catarinense.“A Malásia é muito importante para a economia de Santa Catarina. Importamos diversos insumos de lá e, sem eles, não conseguimos produzir muitos dos nossos produtos. Com este encontro, queremos potencializar também as nossas exportações, especialmente de produtos de alto valor agregado”, afirmou.
Entre os produtos com potencial de exportação de Santa Catarina para a Malásia estão insumos de alta tecnologia, transformadores e painéis elétricos, compressores de ar, bombas de líquidos, peças automotivas, cerâmicas, revestimentos metálicos e alimentos como soja, farelo e carne de aves.
Já as principais importações catarinenses da Malásia incluem circuitos integrados, produtos de borracha e plásticos, brinquedos, pneus, telefones, aparelhos elétricos, rolamentos e revestimentos de alumínio.
Negócios entre SC e Malásia em números
A aproximação ocorre em um momento de destaque para as relações bilaterais. A Malásia é atualmente o 19º parceiro comercial do Brasil, e Santa Catarina responde por 17,8% das importações brasileiras de produtos malaios, sendo o segundo maior importador nacional. De acordo com dados do MDIC e da Facisc, somente no primeiro semestre de 2025 o estado movimentou US$ 151,6 milhões em importações e US$ 8,5 milhões em exportações com o país asiático.
Setores com oportunidades
Durante o seminário, também foram apontadas oportunidades de importação em áreas como a indústria plástica, com foco em polímeros de etileno e propileno, setores em que SC ocupa posição de destaque nacional, energia renovável, especialmente células e painéis fotovoltaicos. Santa Catarina é o segundo estado do Brasil que mais importa esse tipo de equipamento, e maquinário e metalmecânico, com forte demanda por impressoras industriais, óleos minerais e alumínio, segmentos em que o estado é líder nacional em exportações.
Tecnologia como elo estratégico
O secretário de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, Paulo Bornhausen, ressaltou que Santa Catarina e a Malásia compartilham características econômicas e produtivas semelhantes.“A Malásia tem características parecidas com Santa Catarina. Estamos cada vez mais próximos dentro da nossa visão de futuro. E o setor de tecnologia é um ponto de conexão importante — assim como para a Malásia, a inovação é essencial para o nosso desenvolvimento”, destacou.
Potência asiática em expansão
O cônsul de Comércio do Escritório da Embaixada da Malásia em São Paulo, Amirul Azman Ahmed, apresentou números que reforçam o peso econômico do país: um PIB de US$ 630 bilhões e a posição de liderança global na atração de investimentos estrangeiros. Ele destacou ainda que o Brasil é o segundo maior mercado emergente da Ásia. “É apenas uma questão de tempo para se tornar um forte parceiro comercial para a Malásia”.
Atualmente, a Malásia mantém 66 anos de relações diplomáticas com o Brasil e é o segundo maior parceiro comercial malaio na América Latina. Santa Catarina ocupa posição de destaque nesse cenário: é o segundo estado brasileiro que mais importa da Malásia, com US$ 271 milhões em transações anuais.“Se Santa Catarina é o sexto maior PIB do Brasil, também pode se tornar o estado mais exportador para a Malásia”, afirmou o embaixador, lembrando que empresas brasileiras como Vale, Natura, Marfrig e BRF já operam no mercado malaio.
Por que negociar com a Malásia
A Malásia se consolida como um parceiro comercial estratégico, com uma ampla variedade de produtos e serviços de alta qualidade, rigorosa conformidade com padrões internacionais e boas práticas de manufatura. O país possui regulamentações comerciais transparentes, políticas pró-negócios e infraestrutura de apoio bem desenvolvida, o que garante segurança e previsibilidade aos investimentos.
Evaldo destacou que o fortalecimento das relações internacionais é um compromisso permanente da entidade. “Diversificar é garantir resiliência. Santa Catarina tem vocação para ser protagonista em um mundo cada vez mais interconectado e competitivo, e a aproximação com a Malásia é mais um passo nesse caminho”, afirmou.
O evento contou ainda com a presença de lideranças empresariais e representantes das principais entidades do estado, como Fiesc, Fecomércio, Acats, Acif e Adac.