A comissão de apoio aos produtores de arroz do Vale do Itapocu aguarda apenas a confirmação da data da audiência para entregar pessoalmente uma carta com reivindicações ao novo ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi. O objetivo é buscar uma solução para minimizar os prejuízos da lavoura, causados pelas fortes chuvas dos últimos meses. O documento solicita uma reunião com os agentes financeiros do Ministério da Agricultura, parcelamento em até cinco anos dos financiamentos que vencem em 2016 e implantação de medida estruturante das dívidas dos produtores, com securitização e refinanciamento com prazo de pagamento de dez anos. A carta é assinada pelo secretário estadual de Agricultura, Moacir Sopelsa, pelo secretário da Agência de Desenvolvimento Regional (ADR) de Jaraguá do Sul, Leonel Floriani, pela Federação da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina (Faesc), Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Santa Catarina (Fetaesc) Associação de Câmaras de Vereadores do Vale do Itapocu (Avevi), Cooperativa Juriti (CooperJuriti) e Sindicato da Indústria do Arroz em Santa Catarina (Sindarroz). O movimento surgiu a partir da assembleia geral da Avevi realizada na sede da Cooper Juriti, em Massaranduba, no dia 23 de março, e depois foi apresentado no Fórum Parlamentar Catarinense, em abril. A carta já estava pronta desde abril, na época da então ministra Kátia Abreu, e foi adaptada para ser entregue ao ministro Maggi. O presidente da Câmara de Vereadores de São João do Itaperiú e rizicultor, Sandro Jarozinski, que integra a comissão, destaca que o custo da produção é alto em função dos preços dos fertilizantes e do óleo diesel. O presidente da Cooper Juriti e da Associação dos Rizicultores do Litoral Norte Catarinense, que reúne 23 municípios e congrega 755 associados, Orlando Giovanella, espera para esta semana a confirmação da agenda em Brasília. “Na média geral, temos em torno de 15% de quebra da safra esse ano, mas tiveram alguns produtores que tiveram 50% e até 80% de perdas”, reconhece Giovanella. “Vou ter de negociar” O produtor de arroz Valter Tomelin, que planta em 28 hectares no Quati, em Guaramirim, é um que amarga as perdas. Ele colheu 90 sacas e esperava mais 45 sacas com a ressoca, mas a expectativa não se cumpriu. Com custo de produção de R$ 28 por saca, ele estima que precisaria ganhar R$ 50 por unidade para cobrir os custos e ter uma margem de lucro. Com o arrozal seco, até com a ressoca ele calcula ter perda adicional de 30%. “Essa semana mesmo acabo de cortar a ressoca. Não tenho cálculo, mas vou ficar endividado. Vou ter que negociar”, lamenta.