Representantes de multinacionais debatem as tendências do mercado de gestão de pessoas para 2022

Por: Pedro Leal

11/11/2021 - 12:11 - Atualizada em: 11/11/2021 - 12:29

O WTC Curitiba, Joinville e Porto Alegre promoveu, nesta terça-feira (9), o primeiro encontro do PCG (People and Culture Group) para abordar as tendências da gestão de pessoas nas empresas em 2022. Participaram do debate, profissionais de RH das multinacionais sediadas no Brasil: Renault, LinkedIn e Aon.

De forma on-line, o grupo de gestão de pessoas e cultura PCG, presidido por Silvana Pampu, sênior manager da Renault do Brasil, tendo na vice-presidência Andrea Milan, diretora executiva de pessoas da Aon Brasil, também contou com as contribuições dos convidados Alexandre Ullmann, diretor de RH América Latina e Europa do LinkedIn, e Rafaella Matioli, diretora de health & human capital e soluções em ESG da Aon Brasil. No encontro, compartilharam suas ideias, cases e pesquisas.

“Fizemos, recentemente, a pesquisa ‘Tendências em Relação à Gestão de Pessoas em 2022’ com 808 empresas, mais de 30 segmentos da indústria e 35 benefícios contemplados. Entre os principais insights, destacamos que 73% das empresas estão com práticas vigentes de trabalho remoto; 61% das empresas em trabalho remoto observaram aumento na produtividade dos colaboradores; e em 54% das empresas, a prática continuará sendo adotada de dois a três dias por semana, com a retomada da jornada presencial”, destacou Rafaella Matioli, da Aon – corretora e consultoria de seguros signatária dos Princípios para Sustentabilidade em Seguros (PSI) das Nações Unidas (ONU), que oferece soluções em riscos, previdência e saúde e está presente em 120 países, sendo 9 escritórios no Brasil.

Para Alexandre Ullmann, da rede de conexões profissionais LinkedIn (adquirida pela Microsoft em 2016 por US$ 26,2 bilhões após o registro de 347 milhões de usuários em mais de 200 países), a única constância que se tem nas empresas é a certeza da mudança.

“Aprendemos a lidar com novas ideias e gestão e a trabalhar pelo resultado: a entrega está em dia? Estou falando com meus clientes e entregando? Então tudo bem ir para a academia às 14h ou encerrar o turno mais cedo, às 17h. Estamos incentivando isso com alguns programas: temos dias em que é proibido marcar reuniões; uma semana inteira de férias coletivas pelo LinkedIn global, sem descontar nas férias. Temos, ainda, incentivado essas pausas para nossos colaboradores cuidarem de sua vida pessoal. Demos também algumas licenças especiais para isso, analisando caso a caso.”

Já a presidente do grupo PCG e representante da Renault do Brasil, Silvana Pampu, enfatizou a importância de ultrapassar o hábito de muitos Recursos Humanos de “colocar as pessoas em caixinhas”, exigindo de forma mediana tanto a produtividade quanto as aptidões de cada colaborador.

“É preciso estimular de forma gradual esse retorno ao presencial e ao híbrido, mas sem impor regras rígidas. E sempre comunicar e ouvir o time de funcionários. Temos que basear as novas relações de trabalho em confiança e colaboração a distância. Se os resultados estão sendo entregues mesmo diante do momento atípico que o mundo corporativo vive desde março de 2020, é sinal de que podemos dar este ‘salto de fé’ que é a inovação.” A Renault está no Brasil há mais de 20 anos e já recebeu, dentre diversos prêmios, o troféu de troféu de Melhores práticas de diversidade e inclusão; o prêmio Diversidade & Inclusão e Melhor ação de responsabilidade social.

A pesquisa apresentada por Rafaella Matioli trouxe ainda dados sobre políticas de diversidade e inclusão nas empresas, adotadas por 40% das organizações do levantamento. “Para 73% das empresas ouvidas, existe equidade salarial. 46,5% permitem o uso de nomes sociais internamente e 96% possuem licença paternidade estendida, aplicada a casais homoafetivos.”

Para Andrea Milan, da Aon Brasil, a mudança de mindset na gestão de pessoas passa, acima de tudo, por uma nova forma de mensuração de resultados e metas nas empresas. “Não podemos mais voltar ao modelo antigo de mensurar horas de trabalho. Isso não diz mais nada em relação à performance. Muitas pessoas em funções que exigem criatividade, ideias e inovação acabam tendo os melhores insights fora do escritório, durante uma caminhada ou atividade externa. Alguns produzem mais ouvindo música, outros no silêncio. Não podemos aplicar o mesmo modelo e exigir a mesma produtividade de todas as pessoas, de forma pasteurizada.”