Em fevereiro, o Senai iniciou uma nova turma do projeto Inclui Jaraguá, lançado em 2023 com o objetivo de promover a inclusão social de pessoas com deficiências, por meio da capacitação profissional.
Inédito no estado, o projeto iniciou com uma turma de 13 alunos da Apae que em outubro receberam seus certificados, muitos deles já atuando em empresas da região. No início deste ano, uma nova turma conta com o curso de formação de assistentes administrativos, com aulas duas vezes por semana até o início de agosto.
Além do Inclui Jaraguá, que tem como um dos seus principais eixos o ensino exclusivo e focado no potencial de cada estudante, a Fiesc mantém por meio da gerência de responsabilidade social o Portal de Inclusão, uma plataforma de emprego que conecta empresas e pessoas com deficiência. No ano passado, foram disponibilizadas 2,4 mil vagas no Estado.
O vice-presidente regional da Fiesc no Vale do Itapocu, Célio Bayer, destaca a iniciativa como um importante estímulo à inclusão. Segundo ele, o resultado alcançado com a primeira turma mostra que a parceria pode ser ampliada e assim beneficie um número maior de PCD’s. Para isto, destaca, é necessário um engajamento ainda maior de empresas, do setor público e das organizações sociais que atuam no terceiro setor.
“O desempenho dos alunos, com o suporte de professores e de profissionais que atuam nestas entidades, demonstra o quanto podemos avançar nesta área, pois são capazes como profissionais para as nossas empresas”, afirma Célio Bayer, citando que ainda este ano uma turma de alunos da AMA deverá estar integrada ao projeto.
Ele destaca a importância de refletir sobre as oportunidades de inclusão em todos os ambientes no Dia Mundial de Consciência do Autismo, lembrando o avanço dos estudos para levar às pessoas à capacitação ao mercado profissional.
“Há muitas oportunidades nas áreas administrativas, ou em setores especializados de alto nível tecnológico, onde a pessoa autista tem totais condições e competência para atuar.”, explica o vice-presidente regional da Fiesc. Segundo ele, ações que devem merecer atenção na comunidade, como benefícios que hoje são concedidos aos PCDs com dificuldade de locomoção devem entrar em pauta para que também contemplem as famílias de autistas, conforme já está previsto em legislação que trata do assunto.
Pricila Lorentz Müller, diretora da APAE, assinala que o Inclui Jaraguá se soma ao esforço da entidade com o programa Inclusão Produtiva, mantido pela instituição há 23 anos. Ela diz que a parceria com o Senai é de extrema importância, pois trouxe inovação e um impacto positivo quanto à inclusão das pessoas com deficiência em ambientes profissionalizantes.
“Acreditamos no desenvolvimento e no potencial dos indivíduos, quebrar barreiras atitudinais é o primeiro passo, pois proporcionar novas experiências, aprendizado e convivência em outros ambientes é fundamental. Enquanto educadores, avaliamos que a experiência foi muito enriquecedora, pois fez com que professores e alunos trabalhassem juntos, adaptando as atividades e vivenciando inúmeras possibilidades”.
Completa lembrando que “incluir é possível, mas todos precisamos estar dispostos para que a transformação e a inclusão sejam efetivas. Oportunizar conhecimento com respeito, aprendizagem e principalmente com a capacidade de olhar e enxergar as possibilidades da pessoa e não a sua deficiência torna os seres humanos mais humanos e consequentemente transforma a sociedade em um lugar melhor para se viver”.
