A rede de restaurantes Madero está testando a perspectiva de chegar à Bolsa de valores com um valor de mercado de R$ 6,8 bilhões em sua oferta de ações (IPO, na sigla em inglês), o que corresponde a 16 vezes o Ebitda (lucro antes de impostos, depreciação, juros e amortização) projetado para 2022.
O valor é quase três vezes superior ao da rede Burger King na B3, negociado pelo valor de R$ 2,59 bilhões na sexta-feira, 13 de agosto. As informações são do Estadão.
Mesmo na pandemia, a rede seguiu com a abertura de lojas. Por isso, há a percepção de que essa é uma das ofertas com chance de ser bem recebida pelo mercado, apesar do ambiente político e macroeconômico mais conturbado.
A rede de restaurantes atua com as bandeiras Madero e Jeronimo. A empresa pretende levantar R$ 1,5 bilhão na oferta e investir parte dos recursos em expansão, com a abertura de 1,1 mil lojas, em 10 anos. Hoje, são 231 restaurantes, considerando as duas bandeiras. O conceito de casual food, um fast food mais sofisticado, que faz muito sucesso no exterior e usado na rede Jeronimo, tem agradado.
O grupo enfrenta dificuldades financeiras. Apesar de alguns acharem que essas dificuldades são pontuais e relacionadas à pandemia, elas podem influenciar no valor da companhia neste momento. O Madero vai usar metade dos recursos captados para diminuir seu endividamento, que cresceu 40% só este ano. A dívida bruta passou de R$ 705 milhões, em dezembro, para R$ 989,6 milhões em junho. Em relação ao fim de 2019, o passivo quase triplicou.
O Madero fechou junho com um total de obrigações de R$ 1,8 bilhão, entre dívida bruta, arrendamentos, impostos e previdência, expansão de 17,3% em relação a dezembro.