Realidade pós-pandemia traz um novo normal, estimam entidades de classe de Jaraguá do Sul

Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

03/06/2020 - 05:06

Com Santa Catarina entrando no terceiro mês de distanciamento social, as entidades empresariais de Jaraguá do Sul destacam a transformação social causada pelo novo coronavírus (Covid-19) e as perspectivas para o futuro pós-pandemia.

Segundo o presidente da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs), Luís Huffenüssler Leigue, o retorno a “normalidade” não implica em voltar a como as coisas eram antes da pandemia.

“A pandemia nos trouxe uma nova realidade, forçou todos ao recolhimento e isolamento social e impôs a digitalização como uma forma de enfrentamento a esta situação inesperada”, comenta.

“É um quadro novo com mudanças em todos os aspectos sociais e econômicos, que não deverá mais ser alterado e voltar ao modelo tradicional que até três meses atrás movimentava a sociedade”, completa.

Com isto, a expectativa é de que surja uma economia com mais dificuldades e que exigirá uma capacidade maior de criatividade.

“Mesmo que todas as atividades econômicas sejam retomadas, dentro das possibilidades que assegurem este retorno, haverá um temor em sair às ruas obedecendo aos protocolos”, acredita Leigue.

Segundo o presidente da Acijs, haverá novos hábitos e uma nova postura em todos os aspectos do dia a dia das pessoas em relação a gastos e ao que fazer com o dinheiro, priorizando o que de fato será importante.

“Este é um fator que refletirá diretamente no mercado e impactará muitos negócios”, afirma.

A presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) do município, Talita Beber, destaca o momento atípico e frisa a importância das medidas de precaução.

“Estamos reforçando constantemente aos nossos associados a importância de manterem firmes os cuidados de higiene e segurança, que envolvem a disponibilização de álcool em gel para os consumidores e colaboradores, manutenção dos ambientes arejados com portas e janelas abertas, utilização obrigatória de máscaras, além do distanciamento entre as pessoas”, pontua.

Segundo a empresária, o momento mudou a forma de agir de muitas empresas.

“Nesses três meses, as empresas tiveram que se reinventar, seja introduzindo a modalidade delivery no negócio, aumentando seu canal de contato através das mídias sociais e WhatsApp ou até mesmo colocando em prática uma plataforma online de vendas”, avalia.

“Outro ponto bastante importante foi a movimentação realizada em prol da compra no comércio local”, diz.

Estratégia para contornar a crise

Leigue destaca ainda que o país passa por uma forte crise econômica, com grande incerteza.

“Já estamos com índices de desemprego acentuados e é um quadro que vem avançando e mesmo que estejamos chegando à metade do ano temos empresas que não sabem se conseguirão sobreviver a todo esse movimento de mudanças. Serão momentos delicados para a economia porque mesmo que localmente consigamos um certo equilíbrio, sentiremos os reflexos de outras regiões”, visualiza.

Para ele, o grande desafio será se reinventar, com um planejamento seguro e muito mais digital, onde as empresas estarão distantes fisicamente de seus contatos e, ao mesmo tempo, próximas deles graças às ferramentas que estão disponíveis.

“Empresas que investirem na inovação, em um novo formato de relacionamento, terão vantagens em relação aos modelos tradicionais de negócios. Se hoje já se percebe que tudo está mais acessível na palma da mão, isto será ainda mais evidente após superarmos este momento de crise”, completa.

 

Quer mais notícias do Coronavírus COVID-19 no seu celular?

Mais notícias você encontra na área especial sobre o tema:

Receba as notícias do OCP no seu aplicativo de mensagens favorito:

WhatsApp

Telegram Jaraguá do Sul