Queda relevante de juros futuros abre espaço para corte da Selic à frente, diz Campos Neto

Foto: Raphael Ribeiro/BCB

Por: Pedro Leal

13/06/2023 - 08:06 - Atualizada em: 13/06/2023 - 08:10

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou nesta segunda-feira (12) que a curva futura de juros tem tido uma “queda relevante” no Brasil e indicou, sem especificar o momento, que isso abre espaço para corte na taxa básica Selic à frente.

As informações são do portal G1.

“A curva de juros futuros tem tido queda relevante. Isso significa que o mercado está dando credibilidade ao que está sendo feito, o que abre espaço para atuação de política monetária à frente”, disse Campos Neto.

Ele afirmou que Banco Central precisa agir com “parcimônia”, no entanto, e que por conta disso os juros não podem ser baixados de forma artificial, sob o risco de não se alcançar o resultado almejado.

Os comentários do presidente do BC foram feitos em um evento do setor do varejo em São Paulo e aumentam as expectativas pela decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece na próxima semana.

Ele frisou que o mercado tem reagido bem ao arcabouço fiscal do governo, com queda de juros futuros e câmbio “andando na direção certa”. Ele também pontuou que o país provavelmente terá deflação em junho, mas depois o indicador de preços deve subir, fazendo com que a inflação fique entre 4,5% e 5% em 2023.

“As inflações de mercado ainda estão acima da meta, mas estão caindo”, afirmou.

Ao mesmo tempo, Campos Neto voltou a afirmar que os núcleos de inflação, que desconsideram preços mais voláteis, seguem elevados no Brasil e em outros países da região, destacando que são “a parte mais preocupante” do atual cenário.

Campos Neto também citou o impulso dado pela pandemia de Covid-19 à inflação no setor de energia, em função do aumento da produção de bens. Segundo ele, neste aspecto o Brasil apresentou uma melhora por conta da incidência de chuvas.

O Copom se reunirá na terça e quarta-feira da próxima semana, e a aposta predominante no mercado é de manutenção da taxa básica de juros em 13,75% ao ano.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).