O cenário de aumento de preços no setor automotivo, seja de carros novos, usados ou seminovos não voltará ao normal em 2022, embora possa melhorar levemente. Esta é a percepção de Edmar Lopes, CFO da Movida (MOVI3), que participou ontem de uma live do site InfoMoney.
“O nível de visibilidade ainda é pequeno em relação à entrega de carros. Mês de julho foi bom, agosto a visibilidade é baixa e setembro é nenhuma”, disse. “A questão de carros novos [entrando na frota da companhia] que antes a gente olhava para o número fechado do ano, agora olhamos no dia, no mês, na semana passada”, completou.
O setor automotivo foi fortemente impactado pela pandemia de coronavírus. A falta de peças atrasou a produção das montadoras, e muitas tivera que fechar as portas temporariamente por causa da disseminação da doença entre seus funcionários.
“Nossa visão era de que em 2022 o cenário de preços altos de novos e seminovos voltaria ao normal, mas não é mais. Estamos olhando para 2023. O que a gente tem que fazer agora é garantir que as outras linhas de negócio, as de aluguel, cresçam o suficiente para compensar a perda com a compra de carros mais caros agora”, completou.
Segundo o executivo, a Movida teve um trimestre bom em termos de entregas de novos carros pelas montadoras, foram ao todo 23 mil unidades no período, bem acima das entregas que a concorrência recebeu. “Talvez porque nós tenhamos sido os primeiros a comprar carros novos, em julho do ano passado, no meio do auge da pandemia em 2020. E a gente tem uma base claramente mais diversificada do que os nossos concorrentes”, afirmou.
Ao mesmo tempo, a empresa conseguiu vender 12.500 carros no período. “Isso é importante para manter a frota jovem. A medida que você recebe poucos carros no RAK, você vende menos e a frota envelhece, isso prejudica a operação”, explicou. “A gente continua acreditando no nosso cenário de crescer em torno de 20 mil a 25 mil carros no ano fechado de 2021.”