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Projeto de usina em Fortaleza pode por em risco internet no Brasil. Entenda

Cabo submarino EllaLink que chega a Portugal (foto) faz parada em Fortaleza — Foto: Divulgação/EllaLink

Por: Pedro Leal

03/10/2023 - 10:10 - Atualizada em: 03/10/2023 - 10:58

A construção de uma usina em Fortaleza próxima a cabos submarinos de internet pode prejudicar a conexão no Brasil, segundo informações do portal G1.

O governo do Ceará anunciou o projeto da usina para transformar a água do mar em água potável e afirma que ele aumentará em 12% a oferta de água na região metropolitana Fortaleza.

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e as operadoras de internet questionam esse plano, que tem como sede a Praia do Futuro. No local, passam 17 cabos submarinos de 8 empresas, de acordo com a agência.

A construção deixará muito próximas duas estruturas importantes – a de telecomunicações e a de dessalinização da água, e por conta disso pode prejudicar o cabeamento.

A Anatel informou sua oposição à obra em setembro de 2022, mas que foi notificada sobre a alteração no projeto somente em agosto de 2023; agora, a agência analisa os ajustes apresentados para verificar se o convívio entre os dois projetos é viável;

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) confirma as modificações no projeto, o que inclui a mudança do ponto de captação da água para uma área a mais de 500 metros de onde passam os cabos; a empresa diz que a versão atual do plano “não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro”;

A associação de operadoras TelComp, que inclui empresas como a cearense Brisanet, afirmou ao portal g1 que “a discussão sobre a construção da usina é legítima e a implementação de tal política pública é necessária”, mas alegou que “existem locais mais adequados e seguros para sua instalação” e que a escolha pela construção na Praia do Futuro é “infeliz, inoportuna e inapropriada”;

A Conexis, associação onde estão operadoras Claro, Vivo, Tim, Oi, Algar Telecom e Sercomtel, afirma que suas associadas “manifestam preocupação com os riscos apontados pela área técnica da Anatel.

A capital cearense se tornou chave para a conexão de cabos submarinos de internet devido a sua proximidade relativa com a Europa, a África e o restante das Américas. No Brasil, eles também se ligam a Salvador, ao Rio de Janeiro e a Santos.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).