Programa estadual que tem Jaraguá e região como destaque é reconhecido pelo CNJ

Autoridades presentes no evento em Brasília / foto: Luiz Silveira/CNJ

Por: Pedro Leal

16/03/2023 - 12:03 - Atualizada em: 16/03/2023 - 12:06

A experiência catarinense de capacitação profissional e encaminhamento de jovens acolhidos para vagas de emprego começa a avançar para outros estados com a assinatura, na terça-feira (14), em Brasília, de um acordo de cooperação técnica entre o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Corregedoria Nacional de Justiça e os Tribunais de Santa Catarina (TJSC) e do Amazonas (TJAM).

Em Santa Catarina, o programa Novos Caminhos surgiu em 2013 e é resultado de parceria entre a Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), o TJSC e a Associação dos Magistrados. Desde então, a iniciativa já impactou a vida de 4 mil adolescentes e de 800 crianças e permitiu a inclusão de mais de 950 jovens no mercado de trabalho.

Além disso, os cursos oferecidos por Sesi, Senai e Senac somam aproximadamente 12 mil matrículas. A região do Vale do Itapocu está integrada ao programa, que atualmente acolhe 65 adolescentes nos abrigos de Jaraguá do Sul, Guaramirim e Barra Velha, oportunizando aos jovens, acesso à formação que os prepara para o mercado de trabalho, e participação em iniciativas de inclusão social.

Para o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar, o programa Novos Caminhos se consolidou como uma importante ferramenta para a inclusão no mercado de trabalho de jovens que vivem em casas de acolhimento. O industrial salienta que as empresas têm contribuído significativamente com a causa e gerado oportunidades para que os adolescentes tenham acesso a emprego e renda.

Iniciativa catarinense é reconhecida

A assinatura do acordo de cooperação ocorreu durante a 3ª Sessão Ordinária do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), presidido pela também presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Rosa Weber. “O estado de Santa Catarina está de parabéns pela iniciativa, que, de fato, permite que crianças e adolescentes sonhem. O nome é extremamente sugestivo: Novos Caminhos”, afirmou Rosa Weber.

“É uma iniciativa exitosa, que está em andamento em Santa Catarina há cerca de dez anos”, afirmou o corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão. “Essa é uma boa prática e que propomos que seja levada a outros estados”, acrescentou o magistrado, ao lembrar que em julho de 2022 havia 34 mil crianças e adolescentes abrigados em casas de acolhimento e instituições públicas no Brasil.

“Por aí, se percebe a perspectiva de alcance que o programa oferece se for estendido a mais estados”, destacou. “Uma das consequências negativas desse elevado número de acolhimento institucional, para aqueles que não conseguem ser adotados ou retomar para o convívio com suas famílias biológicas, grandes dificuldades quando atingem a maioridade, uma vez que, como regra, ao completar 18 anos de idade, terão de sair das instituições e passar a prover a si próprios, mesmo sem ter qualquer perspectiva de como fazê-lo”, disse.

O Programa Novos Caminhos é uma iniciativa da Coordenadoria Estadual da Infância e da Juventude (Ceij) do TJSC, juntamente com a Associação dos Magistrados Catarinenses (AMC) e com a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc).

Ao ingressarem no Novos Caminhos, os jovens são acompanhados individualmente e encaminhados a programas de escolarização, profissionalização e atividades complementares. Os cursos de formação são ofertados pelo Sistema FIESC, por meio do Serviço Social da Indústria de Santa Catarina (Sesi) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), pela Fecomércio, por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) e pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), pela Faesc, por meio do Senar – Administração Regional de Santa Catarina e pelo CIEE/SC.

Após concluírem os módulos de capacitação, os jovens são encaminhados, ao seu tempo, ao mundo do trabalho. Para que esse processo ocorra de forma adequada e segura, o Programa também prevê a sensibilização e a orientação da comunidade empresarial, convidando-os a fazer parte da ação.