A produção industrial de Santa Catarina avançou 2,8% no ano até outubro, na comparação com o mesmo período de 2024. De janeiro a outubro, a produção industrial brasileira cresceu 0,8%. Para o presidente da Federação das Indústrias (FIESC), Gilberto Seleme, a indústria tem mostrado sinais claros de desaceleração, como reflexo do ciclo de alta dos juros, que restringe o acesso a crédito e posterga investimentos.
“As medidas para conter a inflação trouxeram o efeito esperado, de desaceleração da economia. A expectativa é de que a partir do segundo trimestre de 2026, possamos observar uma mudança nessa trajetória, caso a redução da Selic se concretize”, explica.
Dados do IBGE compilados pelo Observatório FIESC mostram que a fabricação de produtos de metal foi um dos segmentos que puxou o resultado, com alta de 14,8% frente ao mesmo período do ano anterior, explicada, em parte, pelo dinamismo da construção civil no estado. A fabricação de estruturas metálicas tem crescido para atender a demanda do ciclo de obras em SC.
A fabricação de máquinas e equipamentos teve aumento de 6% e a fabricação de produtos alimentícios cresceu 5,6%. Esse último reflete o aumento na renda familiar, impulsionando as vendas de alimentos e bebidas nos supermercados.
No lado das quedas, destacam-se a fabricação de produtos de madeira, que recuou 3,7% no ano até outubro; a de veículos automotores, reboques e carrocerias, que caiu 2% e a fabricação de móveis, com redução de 1,5%. O tarifaço norte-americano é um dos fatores para o desempenho negativo desses segmentos industriais, especialmente produtos de madeira e móveis. Os Estados Unidos são o principal destino das exportações desses setores.
Dados do mês
Na comparação com setembro de 2025, a produção industrial catarinense registrou aumento de 0,6%, acima do resultado brasileiro, que foi de 0,1% em outubro. Em Santa Catarina, na análise mensal com ajuste sazonal, a fabricação de artigos de vestuário lidera o resultado, com alta de 8,1%, seguida pela de veículos, com incremento de 4,6%. Do lado das quedas, destacam-se a metalurgia, com recuo de 11,1%, e a fabricação de móveis, que cedeu 6,3%.