Calçadas gastas e desniveladas por ação de raízes, pilares e bancos desalinhados, rachaduras e parafusos soltos: os danos causados pelo tempo no calçadão da Marechal podem ser individualmente pequenos, mas se acumulam e compõe uma imagem que, para alguns, afasta o consumidor.
Primeira parte do programa de revitalização da região pela Prefeitura, a Praça Ângelo Piazera demonstra o maior grau de degradação, com placas faltando, rachaduras no antigo chafariz diante do Museu Emílio da Silva e danos no brasão da cidade.
A poucos metros da praça, uma árvore revela o maior impacto causado pela vegetação: raízes perigam invadir a via e quase tomam o espaço de um dos bancos.
“Não é nada muito grande que precisa ser feito, é só uma manutenção e dar uma animada, por uma cor mais viva”, avalia o comerciante Christiano Rau.
Segundo o lojista, há algum tempo que o desgaste vem se acumulando. “Não é nem bem uma reforma que precisa, penso que só uma manutenção e uma pintura já faria a diferença”, avalia.
Ele aponta também a falta de espaços para bicicletas no centro – placas de trânsito e bancos do calçadão são usados como bicicletários improvisados. “O que impede as pessoas de usarem os bancos direito”, destaca.
O aposentado Almogenio Rodrigues também enxerga no calçadão uma sucessão de pequenos impactos do tempo que se acumulam e prejudicam a imagem do espaço. “A via tem sofrido muito desgaste natural, o que não deve ser difícil de reparar”, nota.
Segundo o aposentado, um problema grave com a região comercial do centro é a falta de espaços para a família. “Precisávamos de um espaço que as famílias pudessem usar durante o fim de semana, além do comércio, onde as crianças tivessem onde brincar, desse para comer, se socializar”, diz.
Prefeitura depende de financiamento
Segundo o diretor do Instituto Jourdan, Luiz Fernando Marcolla, a Prefeitura está trabalhando com projetos para a revitalização da praça e do calçadão. Nos próximos dias, deve ser lançada a licitação para a contratação do projeto executivo para a Praça.
“Acreditamos que em três meses tenhamos os projetos entregues e orçados para a execução da obra. Muita coisa deve ser alterada tanto na frente quanto atrás do museu”, explica.
Ao mesmo tempo, o órgão estuda projetos para revitalizar e reestruturar o calçadão, através de recursos da Corporação Andina de Financiamento do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), ainda não liberados.
“Ainda estamos esperando a liberação deste financiamento enquanto estudamos as obras necessárias”, explica.
O crédito de US$ 50 milhões foi autorizado em novembro do ano passado. Nem a obra da praça, nem a do calçadão estão orçadas no momento – e o investimento para a recuperação do local será elaborado no projeto executivo.
Segundo Marcolla, a intenção é preservar toda a vegetação da via, dado que tem poucas árvores no Centro, mas caso alguma delas apresente risco ou esteja em condições de difícil preservação, é possível que alguma venha a ser derrubada no projeto.
CDL reconhece necessidade de revitalização
Segundo o Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Jaraguá do Sul, Gabriel Seifert, a entidade está preocupada com a área tem algum tempo e vem construindo uma agenda com a Prefeitura.
“O primeiro local que será reformado é a Praça Ângelo Piazera e já existe projeto arquitetônico para tal, do qual a entidade participou da formulação. Quanto às outras áreas, já tivemos um avanço com a Secretaria de Urbanismo”, explica. A equipe está realizando a manutenção continuadamente, deixando o ambiente limpo e organizado.
“Porém, sabemos da necessidade de não parar e continuaremos pleiteando um projeto que englobe todo o Centro, assim como outras áreas de comércio, como a Barra, por exemplo, que é um espaço comercial já estabelecido”, adiciona.
A meta é transformar estes espaços em ambientes atrativos para passear com a família e comprar em segurança, afirma.
Segundo dados da Prefeitura, o Centro de Jaraguá do Sul tem demonstrado um crescimento constante no número de estabelecimentos comerciais, apesar de uma taxa de fechamento elevada: entre 2015 e 2018, 163 lojas fecharam na região central, enquanto outros 263 abriram as portas.
A maior taxa de fechamento e de abertura ficou por conta dos anos de 2015 e 2016 – marcados pela crise econômica e uma alta rotatividade no comércio local. Seifert destaca que, para a CDL, a impressão é de recuperação após os anos de dificuldade na economia.
Abertura e fechamento de lojas no centro de Jaraguá do Sul
Fecharam
- 2015: 43
- 2016: 48
- 2017: 40
- 2018: 32
Abriram
- 2015: 79
- 2016: 72
- 2017: 57
- 2018: 55
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