Presidente da CNI é preso em operação da Polícia Federal

Por: Pedro Leal

19/02/2019 - 10:02 - Atualizada em: 19/02/2019 - 10:37

O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, foi preso pela Polícia Federal, nesta terça-feira (19). A prisão foi resultado da Operação Fantoche, que investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S.

Andrade está na presidência da CNI desde 2010, e encerra seu mandato atual em 2022. O empresário é o principal representante institucional da indústria brasileira.

A entidade afirma em nota que “não teve acesso à investigação e acredita que tudo será devidamente esclarecido”. A investigação aponta que um grupo de empresas, todas sob o controle da mesma família, vem executando contratos, desde 2002, por meio de convênios com o ministério e com as entidades. O grupo já teria recebido mais de R$ 400 milhões.

Segundo o delegado federal Renato Madsen, responsável pela operação, as empresas que são alvo da operação de hoje são investigadas pela criação de empresas de fachada. O esquema envolveria a criação de empresas sem fins lucrativos para dificultar a investigação do TCU. De acordo com o delegado, a PF quer investigar até onde o esquema se espalhou.

Além de Andrade, o empresário Luiz Otávio Gomes Vieira da Silva também foi preso. Ele já havia sido preso pela PF em 2013, na Operação Esopo. Também são alvos de mandado de prisão os presidentes das Federações das Indústrias dos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, além de empresários e advogados.

Foram cumpridos outros 40 de busca e apreensão no Distrito Federal, Pernambuco, São Paulo, Paraíba, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Alagoas. As investigações incluem a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos. Até as 10h, haviam sido presos oito dos dez alvos.

A operação conta com apoio do Tribunal de Contas da União (TCU). O grupo costumava utilizar empresas sem fins lucrativos para justificar os contratos e convênios, sendo a maioria para a execução de eventos culturais e de publicidade. Segundo a PF, os contratos eram superfaturados ou não eram completamente concluídos, e os recursos eram desviados em favor do núcleo empresarial por meio de empresas de fachada.

O nome da operação se deve a um dos festivais realizados pelo Sesi, o Bonecos do Mundo, idealizado por Lina Rosa Gomes. Ela é um dos alvos de prisão.

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