Prejuízos com a greve afetam quase toda economia em Jaraguá do Sul

Por: Pedro Leal

31/05/2018 - 05:05

Após dez dias de greve dos caminhoneiros, o abastecimento de combustíveis de Jaraguá do Sul deve ser retomado a partir das seis horas desta manhã. Na quarta-feira (30), o município voltou a receber gasolina, embora a comercialização não estivesse liberada pela Polícia Militar, que fez a escolta dos comboios de combustível vindos de Itajaí e Guaramirim.

Para evitar engarrafamentos e confusões, a determinação era que a venda de gasolina começaria na manhã desta quinta-feira, como combinado com caminhoneiros e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina (Sindipetro).

“O que foi combinado é que seriam abastecidos todos os postos e então a partir de quinta-feira o cidadão poderia encher o tanque no posto de sua preferência”, explica o comandante da 12ª Região da Polícia Militar, Amarildo de Assis Alves.

Ao longo da tarde de quarta-feira, vendas tiveram de ser suspensas em dois postos. Ainda não há um cálculo oficial do prejuízo com o desabastecimento, que se estendeu de quinta-feira (24), quando as reservas se esgotaram em vários postos, até esta quarta-feira.

Prejuízo para os postos

Segundo Lourival Demarchi, gerente do posto Ipiranga da Marechal, antes da greve o posto vendia entre seis e sete mil litros de gasolina por dia – entre R$ 23 mil e R$ 29 mil, com a faixa de preço entre os R$ 3,79 e R$ 4,05 no município. Nesse período, a cálculo de perdas chega a R$ 200 mil.

Segundo o presidente do Sindicato dos Revendedores de Gás (Sinregás), Jorge Magalhães de Oliveira, o abastecimento de gás de cozinha deve ser voltar a normalidade até esta sexta-feira, caso cumpridos todos os acordos e decisões judiciais para a liberação dos combustíveis.

Como o Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) precisa ser transportado da refinaria em Araucária (PR) e ainda há bloqueios nas estradas, Oliveira diz ainda haver um clima de incerteza.

Indústria sofreu impactos graves

Segundo um levantamento divulgado nesta quarta-feira pela Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc), até a quarta-feira, 69% das indústrias de Santa Catarina haviam sido muito ou totalmente afetadas pela greve – só 1,4% das empresas relatou não terem sido afetadas.

Conforme o levantamento, realizado com 905 empresas, quase metade das companhias que participaram estimam prejuízos de pelo menos 20% do faturamento mensal.

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