Nos seis primeiros meses deste ano, 4.475 pessoas cancelaram os serviços de planos de saúde na região. O número é vinte e duas vezes maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando 206 beneficiários cancelaram o serviço. Os dados são da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e medem trimestralmente a cobertura por convênio de saúde em todo o País.
Atualmente, 76.710 pessoas utilizam o serviço privado de saúde nos cinco municípios da microrregião. Apenas em junho deste ano, a queda foi 6,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. O índice representa a perda de 5.198 contratos.
Jaraguá do Sul é responsável por mais de metade dos cancelamentos: 2.908 pessoas deixaram de utilizar o serviço no município no primeiro semestre deste ano, um aumento de 79,1% em relação ao mesmo período de 2015.
Na sequência vem Guaramirim, com a perda de 1.106 contratos, Schroeder com 275, e Corupá com 176. Mesmo Massaranduba, que no primeiro semestre do ano passado ampliou em 350 o número de beneficiários de planos de saúde, apresentou resultado negativo este ano, com a perda de dez contratos entre janeiro e junho de 2016.
Segundo o levantamento da ANS, entre junho de 2014 e junho de 2015, a microrregião apresentou um crescimento intenso no número de beneficiários de planos de saúde, saindo de 67,2 mil em 2014 para 81,9 mil em 2015. Entretanto, desde o ano passado o índice segue em queda.
De acordo com o secretário de Saúde de Jaraguá do Sul, Dalton Fisher, a opção de sair de um plano privado para utilizar o sistema público está diretamente relacionada ao orçamento das famílias. “Com o alto índice de demissões, as pessoas com planos subsidiados pelas empresas acabam não utilizando mais o serviço. Além disso, possíveis reduções de salário ou diminuição do orçamento fazem com que elas não consigam mais manter o benefício”, analisa.
Em Jaraguá do Sul, o cenário tem refletido nos atendimentos da rede pública. No primeiro semestre deste ano, só a demanda por consultas com clínicos gerais cresceu 5,9%, na comparação com o mesmo período do ano passado, o que representa um acréscimo de mais de 2,1 mil atendimentos. No total, foram 38.387 pessoas assistidas entre janeiro e junho. Os atendimentos feitos por médicos da Estratégia Saúde da Família (ESF) também cresceu 1,2%, chegando a 32.045 consultas nos primeiros seis meses do ano.
Conforme Fisher, o aumento preocupa, uma vez que a estrutura pública é limitada e enfrenta problemas orçamentários que limitam novos investimentos. “Já estamos sentindo essa realidade. Até conseguimos nos adaptar, mas não tão rápido. Avaliamos que o impacto é um pequeno aumento nas filas de espera nos atendimentos dos municípios e dos nossos hospitais”, comenta. Segundo ele, por enquanto não há como prever como ficará o cenário nos próximos meses, mas a expectativa é de que aos poucos a retomada do crescimento econômico traga mais equilíbrio para o setor.