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Pix pode ser “o futuro do dinheiro”, diz Nobel em Economia

Pix é o pagamento instantâneo brasileiro. O meio de pagamento criado pelo Banco Central (BC) em que os recursos são transferidos entre contas em poucos segundos, a qualquer hora ou dia. É prático, rápido e seguro.

Por: Pedro Leal

22/07/2025 - 19:07 - Atualizada em: 22/07/2025 - 19:49

Em artigo publicado nesta terça-feira (22), o economista americano Paul Krugman sugere que, através do Pix, o Brasil possa ter inventado “o futuro do dinheiro”.

Krugman ganhou em 2008 0 Nobel de Economia, e é professor da Universidade da Cidade de Nova York. O artigo critica aprovação nos Estados Unidos do Genius Act — a primeira grande legislação americana de criptomoedas aprovada no novo governo de Donald Trump.

As informações são do portal G1.

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No artigo, intitulado “O Brasil inventou o futuro do dinheiro?”, ele afirma que a nova lei americana “abre caminho para futuras fraudes e crises financeiras”.

A legislação impede as autoridades americanas de criarem uma moeda digital do banco central (Central bank digital currency, ou CBDC). Essas moedas são inspiradas nas criptomoedas como os bitcoins, mas com uma diferença fundamental: sua emissão é centralizada pelo Banco Central, ao contrário das criptos, cuja emissão é descentralizada.

Os republicanos alegam preocupações com privacidade para barrar a iniciativa. Para Krugman, no entanto, a preocupação seria que muitas pessoas optariam por ter moedas digitais do banco central, em vez de contas correntes em bancos privados.

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“Mas e quanto à possibilidade de criar uma CBDC parcial? Poderíamos manter contas bancárias privadas, mas fornecer um sistema eficiente e público para fazer pagamentos a partir dessas contas?”, questiona Krugman, adicionando: “Sim, poderíamos. Sabemos disso porque o Brasil já o fez.”

Existe no Banco Central brasileiro um estudo para criação de uma moeda digital que possa servir de alternativa ao real em papel e moeda, coexistindo com ele.

Analistas dizem que um dos primeiros passos em direção a esse “real digital” seria o cadastramento da população no PIX.

“O Brasil, de fato, planeja criar uma CBDC. Como primeiro passo, em 2020, o país lançou o PIX, um sistema de pagamento digital administrado pelo Banco Central.” Krugman escreve que “pelo que entendi, o PIX é uma espécie de versão pública do Zelle, o sistema de pagamento operado por um consórcio de bancos privados americanos”.

“Mas o PIX é muito mais fácil de usar. E, embora o Zelle seja grande, o PIX se tornou simplesmente enorme, sendo usado por 93% dos adultos brasileiros. Parece estar rapidamente substituindo dinheiro em espécie e cartões”, diz.

O Prêmio Nobel de Economia elogia o PIX por ser quase instantâneo e por ter custos de transação baixos.

E diz que o sistema brasileiro de pagamentos está “conseguindo de fato o que os defensores de criptomoedas alegaram, falsamente, ser capaz de se alcançar por meio do blockchain — baixos custos de transação e inclusão financeira.”

“Compare os 93% de brasileiros que usam o PIX com os 2%, isso mesmo, 2% de americanos que usaram criptomoedas para comprar algo ou fazer um pagamento em 2024”, diz o economista.

“Ah, e usar o PIX não cria incentivo para sequestrar pessoas e torturá-las até que entreguem suas chaves de criptografia. Então, teremos um sistema semelhante ao PIX nos Estados Unidos? Não. Ou pelo menos não por muito tempo.”

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).