PIB cresce pela primeira vez desde 2015

Por: Pedro Leal

02/03/2018 - 08:03 - Atualizada em: 02/03/2018 - 22:30

O IBGE confirmou nesta quinta-feira (1º) as projeções para o desenvolvimento do PIB (Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2017: somando R$ 6,6 trilhões, o PIB do país cresceu 1% em comparação com o ano anterior. Isso dá um fim a um ciclo de recessão que se desenrolava desde 2014 – quando o crescimento se viu reduzido a 0,5% – e que viu país perder um total de US$ 136,5 bilhões em seu PIB.

O resultado é positivo até certa medida, comparado à retração registrada em 2015 e 2016, de 3,7% e 3,6%, respectivamente – mas ainda está muito aquém do ideal.  Segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), a média de crescimento do PIB mundial em 2017 foi de 2,7%. A de países emergentes – grupo no qual o Brasil se enquadra – foi de 4,1%.

Apesar disso, o presidente Michel Temer foi enfático em exaltar a importância do resultado. “[Representa] esperança. Tudo tem sido crescimento no país. Veja o que aconteceu com a indústria em pouco tempo de governo. De seis meses pra cá, a indústria tem se recuperado, o varejo tem vendido enormemente. E, ao mesmo tempo, não descuidamos dos programas sociais”, declarou o presidente em entrevista à Rádio Tupi. A posição do presidente, no entanto, distorce a realidade demonstrada pelos dados.

Puxado primariamente pela agropecuária – que cresceu 13% no ano, o melhor resultado desde 1996 – o resultado não revela um quadro muito favorável para a situação econômica do país no ano, que se demonstra ainda mais dependente de commodities e matéria prima bruta. Eliminados os valores do setor, o crescimento do PIB cairia para 0,3%. Segundo o IBGE, a indústria se manteve estagnada pela primeira vez desde 2014, quando entrou em processo de queda. Ao mesmo tempo, o desemprego chega aos 12,2%.

Oficialmente, saímos da crise. No entanto, essa saída está longe de ser uma recuperação gloriosa – tampouco podemos dizer que nos recuperamos das perdas. Estamos começando a sair do buraco – mas ainda há muita parede a ser escalada. O Banco Central projeta para 2018 um crescimento de 2,89% – o que ainda não compensa tudo que se perdeu em 2015 e  2016.