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Pesquisa aponta otimismo por parte de 50% dos micro e pequenos industriais

Foto: Freepik

Por: Pedro Leal

02/10/2023 - 08:10 - Atualizada em: 02/10/2023 - 08:20

Os resultados da 8ª rodada do Indicador Nacional da Micro e Pequena Indústria, encomendada pelo SIMPI e realizada pelo Datafolha entre os meses de junho e julho de 2023, lançam luz sobre um cenário empresarial com traços encorajadores. Apesar das taxas de juros persistentemente elevadas, os líderes da micro e pequena indústria estão mantendo uma perspectiva otimista sobre do futuro de seus empreendimentos.

De acordo com os números revelados na rodada, quase metade dos entrevistados, totalizando 49%, acredita firmemente que a situação de suas empresas vai melhorar no próximo mês. Paralelamente, 39% projetam uma trajetória de estabilidade, enquanto 8% admitiram preocupações sobre os rumos futuros.

O intervalo entre junho e julho de 2023 apresentou melhora de uma base deteriorada no índice de produção e prestação de serviços, passando de 48% para 52%, marcando o pico anual até então. Em paralelo, o nível de satisfação das Micro e Pequenas Indústrias experimentou uma mudança de 121 pontos no bimestre anterior para os atuais 127 pontos, em uma escala de avaliação que vai até 200 pontos.

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Acesso ao crédito

Contudo, não obstante essas melhoras, há obstáculos relevantes que continuam a influenciar o setor, particularmente quando se aborda o acesso ao crédito. No mês anterior, quase 40% das companhias que buscaram recursos por meio de empréstimos ou financiamentos esbarraram na negativa, destacando a persistência de barreiras inerentes ao ambiente empresarial.

No epicentro dessas preocupações está a taxa de juros, apontada por 44% dos empresários da micro e pequena indústria como a principal barreira à obtenção de crédito. Além desse ponto central, 26% apontaram a insuficiência de opções adequadas em termos de linhas de crédito, 9% salientaram restrições vinculadas a passivos anteriores, enquanto 8% citaram a necessidade de garantias como entrave. Por outro lado, apenas 2% consideraram o prazo de pagamento como um fator crítico.

O panorama é claro: quase metade das empresas brasileiras continua a enfrentar desafios consideráveis decorrentes das taxas de juros elevadas. Quanto ao futuro, a pesquisa revela que 37% dos entrevistados vislumbram um declínio nas taxas de juros, enquanto 30% acredita em um aumento.

Nesse contexto, Joseph Couri, presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria, enfatiza que a redução de meio ponto percentual na taxa Selic não é suficiente para aplacar a situação do setor. “Enquanto as taxas básicas podem encerrar o próximo ano em torno de 12%, enfrentamos um contexto onde as taxas de crédito para pessoa jurídica que estão em dia flutuam entre 60% e 80% ao ano. A discrepância é notável e coloca um peso considerável sobre o setor, requerendo uma abordagem mais abrangente para verdadeiramente impulsionar o crescimento e aliviar os desafios enfrentados pelas pequenas e médias empresas”, ressalta o presidente.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).