Performance econômica de Santa Catarina segue muito acima do país, aponta Fiesc

Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

16/02/2019 - 05:02

Santa Catarina segue com uma performance econômica consideravelmente melhor do que a média nacional,  que pode ser sintetizado na remuneração média dos trabalhadores.

Segundo dados da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Jaraguá do Sul ainda desponta a frente da média estadual: enquanto o trabalhador brasileiro recebe R$ 2.112 em média, o catarinense recebe em torno de 22% a mais: R$ 2.586.83, enquanto o jaraguaense recebe 32% a mais do que a média do país: R$ 2.786,46.

Segundo o vice-presidente da Fiesc para o Vale do Itapocu, Célio Bayer, este número é reflexo do cenário de qualificação e de investimentos do estado, que registra a quarta melhor performance da indústria em 2018, com crescimento da produção industrial quase quatro vezes maior do que o nacional: enquanto a produção industrial brasileira cresceu 1,1%, a do estado cresceu 4%.

Apesar de pouca diferença, os resultados são menos expressivos quanto os do ano passado: em 2017 a atividade industrial havia crescido 4,5%, cinco pontos percentuais a mais. O mesmo acontece no cenário global, já que a atividade econômica do estado cresceu 4,2% em 2017, contra 2,84% no ano passado.

“Tivemos uma desaceleração da atividade industrial em comparação com o que vimos em 2017, mas ainda seguimos com bons resultados, em ritmo de recuperação dos impactos de anos anteriores, com desempenho muito fraco em 2015 e 2016”, avalia.

Nos anos em questão, a atividade industrial catarinense registrou queda de 8,1% e 3,3%, respectivamente

Esta retração, afirma o empresário, se deve em grande parte a dois fatores macroeconômicos: as suspensões de exportações de carne de frango brasileira para a União Européia e a greve dos caminhoneiros, em maio.

“Estes dois eventos nos afetaram muito, mas ainda assim seguimos em um ritmo positivo, com indicadores muito bons em comparação com o país”, frisa.

O estado tem registrado índices de intenção de emprego e de investimento consideravelmente melhores do que os nacionais. Os indicadores de tendência são medidos de 0 a 100 pontos, com 50 como base.

A nível nacional, o indicador de intenção de investimento na indústria fechou 2018 em 56,4 pontos, enquanto o de perspectiva de emprego fechou o ano em 53,1. No estado, estas pontuações foram de 68,4 pontos e 57,6 pontos.

Mão de obra qualificada dá bons resultados

Na opinião de Célio Bayer, parte do bom cenário catarinense se deve à qualificação da mão de obra – fator em que a Fiesc tem investido através do Sesi e do Senai: enquanto a nível nacional, 51% dos trabalhadores tem a educação básica completa, em Santa Catarina são 71,1% dos trabalhadores que terminaram a educação básica – e em Jaraguá do Sul, este número sobe para 74,6%.

A importância da educação também pode ser vista nos indicadores de geração de emprego do ano de 2018 em Jaraguá do Sul: segundo dados levantados pela Fiesc, o saldo de emprego de Jaraguá do Sul entre a população com escolaridade incompleta foi de 442 postos perdidos – enquanto entre a população de escolaridade básica completa, o saldo foi positivo em 919 postos.

“Nós somos referência no estado em nível de escolaridade do trabalhador, e isso tem agregado competitividade. Historicamente o país tem níveis de produtividade do trabalhador muito baixos, que podem ser melhorados com boa capacitação, o que vemos aqui em Jaraguá”, nota.

Bayer destaca que outro fator que tem impactado a produtividade são os parcos investimentos em automação.

“Falta incentivo para a indústria se automatizar, o que pode aumentar consideravelmente nossa produtividade, a exemplo da China. Estes investimentos são caros e seria bom se houvessem incentivos tributários para estes investimentos”, diz.

Segundo o empresário, a projeção para 2019 é de que o ritmo de crescimento volte a acelerar, com boas perspectivas para as políticas econômicas, embora haja possibilidade de entraves causados por questões políticas, como os conflitos comerciais entre EUA e China “que podem respingar aqui”, nota.

Outro fator que trouxe impacto foi o veto a importações de frango brasileiro pela Arábia Saudita.

“Isto foi mais uma questão técnica do que política. Quando fizeram as inspeções em outubro constataram  irregularidades, que vem em parte de uma mania nacional de burlar as regras, e agora estamos pagando o preço”, avalia.

Panorama econômico em números*

Brasil

  • Remuneração média: R$ 2.112
  • Trabalhadores com escolaridade básica completa: 51%
  • Variação da produção industrial: 2018: 1,1%
  • Atividade econômica, janeiro a novembro de 2018: 1,38%
  • Intenção de investir na indústria: 56,4 pontos
  • Perspectiva de emprego na indústria: 53,1 pontos
  • Participação da indústria no PIB: 22,2%

Santa Catarina

  • Remuneração média: R$ 2.586,83
  • Trabalhadores com escolaridade básica completa: 71,1%
  • Numero de empresas: 224.644
  • Variação da produção industrial – 2018: 4%
  • Atividade econômica, janeiro a novembro 2018: 2,84%
  • Intenção de investir na indústria: 68,4 pontos
  • Perspectiva de emprego na indústria: 57,6 pontos
  • Participação da Indústria no PIB: 27,1%

Região

  • Remuneração média: R$ 2.600,04
  • Trabalhadores com Escolaridade básica Completa: 70,9%
  • Numero de empresas: 8.255

Jaraguá do Sul

  • Remuneração média: R$ 2.786,46
  • Trabalhadores com Escolaridade básica completa: 74,2%
  • Numero de empresas: 4.755

*Fonte: Fiesc.

 

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