Pela primeira vez, planos de saúde tem ajuste para baixo

Foto Arquivo/Agência Brasil

Por: Pedro Leal

09/07/2021 - 10:07 - Atualizada em: 09/07/2021 - 10:55

O reajuste dos planos de saúde individuais e familiares será negativo neste ano, de -8,19% – esta é a primeira vez em que o setor sofre um reajuste negativo. Com a determinação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), as operadoras de planos de saúde tem a obrigação de reduzir o valor das mensalidades dos planos.

O reajuste da ANS determina o percentual máximo de ajuste dos planos. Quando é positivo, há a possibilidade de planos individuais terem aumentos menores que o limite. Mas como neste ano o ajuste é negativo, a obrigação é de reduzí-los em, pelo menos, -8,19%.

O percentual, que compreende o período de maio de 2021 a abril de 2022, foi aprovado em reunião realizada na tarde desta quinta-feira (8) pela diretoria da ANS. As informações são do site Infomoney

“O reajuste sendo negativo é um direito do consumidor. No caso de reajuste positivo, o direito é da operadora, e é facultado a ela aplicá-lo ou não”, disse Rogério Scarabel Barbosa, diretor da ANS que relatou a decisão.

A ANS define o percentual máximo de reajuste aplicado pelas operadoras nos planos individuais ou familiares, que são os vendidos diretamente para os consumidores. Os planos coletivos – como os disponibilizados pelas empresas a seus funcionários – têm a correção negociada entre as operadoras e as organizações.

Pelos últimos 20 anos, os ajustes sempre foram para cima; o ano de menor aumento nos planos foi 2000, com ajuste de 5,42%.

Em maio, o número de usuários de planos de assistência médica – considerando os individuais e coletivos – chegou a 48.137.767, o maior desde julho de 2016. Nos planos exclusivamente odontológicos, o número de usuários totalizou 27.681.068.

A razão da redução no ano passado foi o impacto da pandemia de coronavírus sobre o setor. Em função da suspensão ou do adiamento de procedimentos médicos não emergenciais, além do isolamento social, dados coletados pela agência indicam que houve uma diminuição tanto da sinistralidade (acionamento do plano) quanto das despesas assistenciais.

A decisão da ANS pelo percentual negativo em 2021 pode exigir um reajuste positivo “significativo” em 2022, avaliaram analistas do banco Credit Suisse. Porém, como o próximo será ano eleitoral, há dúvidas quanto a sua efetivação.