Nova diretoria da Associação Empresarial toma posse

Ex-presidente Paulo Mattos (à dir.) entrega placa de homenagem a Giuliano Donini, que assume entidade - Foto: Eduardo Montecino/OCP Online

Por: OCP News Jaraguá do Sul

16/03/2016 - 23:03 - Atualizada em: 21/03/2016 - 12:08

A nova diretoria da Acijs (Associação Empresarial de Jaraguá do Sul) tomou posse na noite desta quarta-feira (16) em um evento que reuniu 350 pessoas no Clube Atlético Baependi e que marcou oficialmente o início da gestão 2016/2017. “Depositamos em você nossa inteira confiança”, afirmou o presidente da última gestão, Paulo Mattos, dirigindo-se ao novo presidente.

Donini aproveitou a oportunidade para reforçar a postura de cobrança aos deveres do poder público, afirmando que “seremos sempre respeitosos, mas firmes nos questionamentos”. O prefeito Dieter Janssen também aproveitou reforçou a importância da parceria entre o poder público e o setor privado.

Nova diretoria
• Giuliano Donini, presidente
• Anselmo Ramos, vice-presidente administrativo
• Luis Carlos Busarello, vice-presidente financeiro
• Paulo César Chiodini, vice-presidente de articulação institucional
• Wilson José Watzko, vice-presidente de comunidade
• Moacyr Rogério Sens, vice-presidente de desenvolvimento empresarial
• Décio Bogo, vice-presidente de segurança
• Leandro Schmöckel Gonçalves, vice-presidente de micro e pequenas empresas
• Tiago Coelho Przywitowski, vice-presidente de núcleos setoriais
• Odair Borges de Freiras, vice-presidente de marketing

ENTREVISTA
Novo presidente promete gestão baseada em dados
Giuliano Donini elege cinco frentes como prioridade de diretoria à frente na entidade

Ao assumir a presidência da Acijs, o empresário Giuliano Donini afirma que a entidade deve ter determinação e força para ampliar a participação dos empresários nos setores do municípios. A instituição conta hoje com 1,6 mil associados. Acumulando a função de presidente da Marisol, indústria do vestuário na cidade, o gestor destaca educação, inovação, envolvimento social, maior dinâmica no setor público e fortalecimento do associativismo como as cinco frentes de trabalho da nova diretoria.

pagina 6Como a experiência de gestor irá auxiliá-lo na tarefa?
Acredito que posso contribuir de duas formas. Uma é pela representação, até pela história e reputação da própria empresa que estou gerindo, uma vez que os relacionamentos construídos acabam sendo um facilitador. Entretanto acredito que a maior contribuição que posso trazer está vinculada a trazer conceitos de gestão para a entidade.

E como seria esse conceito?
Um dos objetivos é fazer uma administração muito mais baseada em dados, como dentro de uma empresa. A primeira reunião plenária da Acijs, que será realizada na próxima segunda-feira, já traz um pouco desta visão. Teremos a participação do Instituto Jourdan, que irá expor dados que qualifiquem as questões econômicas e sociais do município. Um dos objetivos, então, é olhar esta “fotografia” com o objetivo que daqui a 11 meses possamos olhar novamente sobre as mesmas bases e ver efetivamente como pudemos influenciar positivamente na vida de todos.

Que tipo de dado poderá ajudar?
Temos alguns dados preliminares que mostram, por exemplo, que mais de 80% da arrecadação de ICMS em Jaraguá do Sul vem de associados da Acijs. É um valor muito representativo. Temos aqui a tradição das grandes empresas, que representam mais ou menos 60% desse valor, mas as micro e pequenas empresas já representam algo superior a 13%. Este é um dado muito relevante, porque nos faz entender que uma cadeia de valor não é feita só de grandes empresas.

Por que é importante que o setor empresarial se envolva com o desenvolvimento social e cultural da cidade?
Esse envolvimento é histórico em Jaraguá do Sul, temos um exemplo claro que é o Centro Cultural. E a partir dele, possibilitamos iniciativas importantes, como o Femusc. O efeito irradiador que essas iniciativas geram no dinamismo da cidade são muito importantes. Isso acontece em diferentes âmagos, na cultura, na saúde. Temos vivido a realidade de uma infraestrutura de saúde acima da média, fruto de um engajamento social. Mas é o tipo de causa que é como andar de bicicleta, não podemos parar “de pedalar”, porque senão perde o apoio.

Como está a relação entre o setor empresarial e o setor público na cidade?
As relações são boas, respeitosas, como tem que ser, mas a história mostra que hoje elas não são eficazes. A Associação Comercial e o Centro Empresarial são legítimos representantes de uma sociedade civil organizada, portanto temos sim condições de contribuir, até porque a história mostra que as bandeiras e causas da entidade sempre foram pensadas de forma ampla, visando uma melhora no ambiente de desenvolvimento para que isso ajude no crescimento econômico. Hoje, a entidade está envolvida em 29 dos 33 conselhos municipais. Vamos buscar caminhar para que esta participação seja mais eficaz. O que falta é efetividade.

Quais as frentes da nova gestão?
Temos elencadas cinco frentes principais. A primeira é a educação, que entendemos como base de todo o processo. Estamos muito envolvidos no acompanhamento dos indicadores e na promoção do reconhecimento, com iniciativas como o Professor Nota Mil, mas o sistema precisa evoluir. Não é que esteja ruim, mas entendemos que se existe uma boa vontade de quem tem responsabilidade direta e daqueles que acreditam na causa e tem capacidade de influenciá-la, podemos evoluir. O segundo ponto diz respeito à inovação. Temos o Centro de Inovação sendo desenvolvido e também pretendemos gerar discussões acerca do tema com outras entidades, como o Senai e o JaraguaTec. Ou seja, juntar essas iniciativas para que consigamos orquestrar esforços para criar um ambiente indutor de inovação, com foco na evolução.

E em relação às causas sociais?
Nisso entra a terceira frente, que diz respeito ao acompanhamento de temas históricos. Estamos falando de segurança pública, saúde e questões como os bombeiros voluntários. A grande contribuição que a entidade e seus associados podem dar nesse quesito é ajudar no processo de gestão, uma vez que temos muito bons gestores que já foram testados e julgados pelo próprio mercado. Já o quarto direcionamento está relacionado com a historia dinâmica municipal. Precisamos aumentar a velocidade e a intensidade das decisões, buscando uma redução efetiva da burocracia e uma maior facilidade para o desenvolvimento econômico, para que ele alimente as máquinas do desenvolvimento econômico e social.

E a quinta frente de atuação?
Essa dá conta das questões vinculadas ao associativismo em si. Quanto mais tivermos capacidade de atrair mais empresários para as discussões da entidade, não tenho dúvida de que iremos melhorar a qualidade das nossas manifestações.

Na sua visão, quais são os principais pontos fracos da cidade?
A maioria está vinculada com a infraestrutura, a BR-280 é um grande exemplo disso. Mas precisamos também de um dinamismo maior na gestão pública municipal. Um município que dedica praticamente 52% da receita com a folha do serviço público e 4% para a Câmara de Vereadores, acaba tendo 1%, 2% para investir. É desproporcional. A entidade manifesta há tempo que a cidade deveria alcançar uma capacidade de investimento de 10% a 12%.

E quais são os pontos fortes?
Nossa comunidade passa muito por questões éticas e sociais, dos quais tradicionalmente prevalecem os bons exemplos. E o resultado depois é uma comunidade empresarial que cresce em frentes de tradição e que ao mesmo tempo busca novos segmentos, isso mostra uma capacidade de inovação, de adaptação, de envolvimento nas questões sociais, que melhora a qualidade de vida e ajuda a atrair pessoas com novos conhecimentos e experiências, que agregam ainda mais ao conjunto.

Como a Acijs vê a Jaraguá do Sul do futuro?
Esperamos uma cidade dinâmica, onde as regras sejam claras e todos tenham senso de responsabilidade. Que seja uma sociedade equilibrada, com desenvolvimento empresarial e econômico contínuo, atuando sob um modelo de inovação que aprimore seus atributos históricos, com indicadores de excelência na formação e na qualidade de vida. E, é claro, com uma administração pública que continue mantendo a seriedade, para que não sejamos infestados pelo que temos visto em outras esferas, e que tenha uma capacidade de gestão pautada pela capacidade e investimentos.