O plano da Bold é chegar a 44 unidades nos próximos três anos, de acordo com seu cofundador e CEO, Ralf Sebold, que foi homenageado na categoria Emerging da 28ª edição do Programa EY Empreendedor do Ano (EOY). A empresa familiar, fundada há 24 anos em Jaraguá do Sul, cidade do interior de Santa Catarina, é líder de mercado na produção de chapas de acrílico, policarbonato e ACM (alumínio composto).
“A Bold é uma empresa familiar com 24 anos, que começou em Jaraguá do Sul, com quatro sócios fundadores. Temos agora 22 unidades, sendo 14 no Brasil, cinco na Colômbia, duas no Chile e um escritório na China. O plano para os próximos três anos é dobrar o número de unidades. Já em janeiro do próximo ano, vamos iniciar nossas operações no México e expandi-las para o Nordeste do Brasil, onde hoje atuamos apenas com rotas logísticas”, lembra Sebold. Ele destaca que a empresa é líder de mercado nos três principais produtos em que atua – acrílico, policarbonato e ACM (alumínio composto).
“Mas, ainda assim, vemos muito espaço para crescer. No acrílico, temos 22% do market share, ou seja, há muito mais para buscar. No policarbonato, temos 20% e, no ACM, 11%. Enxergamos o futuro com otimismo”. “Já começamos a adotar inteligência artificial, que será ainda mais relevante quando dobrarmos de tamanho. Essa tecnologia está ajudando a resolver nossas quatro maiores dores de negócio: precificação, planejamento de compra, distribuição de estoques e roteirização, que se trata da otimização do uso dos caminhões no transporte dos nossos produtos”, diz o executivo.
Um dos focos agora, segundo Sebold, é a expansão geográfica. De acordo com o empresário, o posicionamento em determinados mercados exige uma unidade local, estoque de pronta entrega, bem como um time próximo ao cliente. “Isso é crucial para facilitar essa questão logística, que, no Brasil, é complexa e cara. Além disso, na indústria, mantemos investimentos constantes em P&D e inovação, sempre buscando agregar valor real ao cliente. O Brasil é um país com dimensões continentais e nosso produto vem do outro lado do planeta, da Ásia”.
Ele adiciona que a cadeia global de fornecimento se alterou muito no pós-pandemia, ficou mais complexa e mostrou a fragilidade de uma matriz global centralizada na China. Esse tem sido um fator de atenção da indústria de forma geral.
Outro desafio dá as caras quando o material chega ao Brasil e enfrenta a baixa qualidade das nossas estradas e portos sobrecarregados. “Consideramos, no entanto, que a logística pode ser também um diferencial competitivo, conforme prevê nosso planejamento estratégico. O cliente quer ser atendido cada vez mais rápido e ter a garantia de que o material adquirido chegará intacto. Temos exemplos fantásticos do que os marketplaces estão fazendo nesse sentido: eles conquistaram espaço enorme justamente superando essa grande dificuldade logística”.
Reforma Tributária e IA são novos desafios
A empresa conta com um comitê voltado para lidar com as mudanças suscitadas pela reforma tributária. “É lógico que a reforma vai simplificar a tributação, embora não tanto quanto gostaríamos. No nosso caso, como indústria, podemos ter uma pequena desoneração, mas há muita incerteza ainda de como será na prática. O comitê desenhou cenários: se for desta forma, vamos para tal cenário, por exemplo. Uma coisa é certa: o time fiscal trabalhará dobrado, pois precisará fazer duas apurações – de acordo com a atual, que será aos poucos substituída, e a nova, que começará a valer a partir do próximo ano”, diz Sebold.
Em outra frente que mudou o ambiente de negócios, a da Inteligência Artificial, a Bold já trabalha na implementação de quatro IAs estruturantes focadas nas maiores dores da companhia. “Estamos adotando a inteligência artificial de precificação; o planejamento de compra por IA; a distribuição de estoques por IA, o que será ainda mais relevante quando dobrarmos de tamanho daqui a três anos; e também a roteirização com auxílio da IA. A roteirização otimiza o uso dos caminhões, define o melhor posto de combustível para abastecer e melhora o acompanhamento da entrega pelo clientes”.
Quanto a honraria na categoria emergentes, Sebold é enfático: a mentalidade empreendedora foi fundamental “O que eu acho que fez a diferença é ter o empreendedorismo na veia. Eu não poderia ser outra coisa na minha vida. Digo, com toda humildade e verdade, que não escolhi empreender, fui escolhido, porque desde criança sonhava com isso. Poder estar aqui é a maior homenagem que poderíamos receber. E não é uma homenagem para mim, é uma homenagem a todo um time que está vibrando e acompanhando. Tenho certeza de que nosso time se sente parte disso”.