No primeiro trimestre do ano, a indústria de Santa Catarina registrou um saldo positivo de 35,9 mil contratações — foi o segundo maior resultado do país no período. A construção civil liderou a geração de empregos, com 9.425 vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), e foram analisados pelo Observatório FIESC.
De janeiro a março, o segundo setor industrial que mais criou postos de trabalho foi o têxtil, confecção, couro e calçados, com 7,5 mil vagas. Análise do Observatório FIESC mostra que esse crescimento está associado à resiliência do consumo das famílias. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PNADC-M), a renda real brasileira cresceu 4,2% em relação ao mesmo período de 2024. Entre os segmentos do setor, a confecção de artigos do vestuário e acessórios foi responsável pela criação de 3,8 mil novas vagas no trimestre. Esse desempenho favoreceu atividades têxteis relacionadas, como a fabricação de tecidos de malhas — insumo amplamente utilizado na produção de vestuário.
O setor de máquinas e equipamentos está na terceira posição com um saldo positivo de 3,2 mil postos de trabalho nos três primeiros meses do ano. “Essas contratações foram impulsionadas pelo crescimento da produção industrial observado no primeiro bimestre de 2025, dando continuidade ao bom desempenho da segunda metade do ano anterior”, explica a economista do Observatório FIESC, Camila de Oliveira Morais, lembrando que a expansão do investimento em 2024 ainda permanece elevada, gerando reflexos positivos na dinâmica do setor.
A atividade de madeira e móveis registrou 2,9 mil contratações no primeiro trimestre do ano, com destaque para a fabricação de móveis de madeira, com 1,1 mil contratações, e a fabricação de madeira laminada e compensada com resultado positivo de 702 vagas. “O cenário positivo no mercado de trabalho desse setor acompanha o movimento das exportações de madeira e móveis para os Estados Unidos, que, apesar das incertezas relacionadas ao comércio internacional, segue sendo o principal comprador da produção madeireira e moveleira de Santa Catarina”, destaca a economista.