Recentemente, a Netflix anunciou que está planejando criar um serviço de assinatura mais barato, mas com a inclusão de anúncios publicitários. Porém, não era isso que o público esperava.
A nova modalidade deve ser lançada até o final deste ano. Segundo a reportagem do The New York Times, a decisão foi enviada na terça-feira (10) para os funcionários da plataforma em um memorando.
Fontes internas do jornal informaram que os executivos da Netflix pretendem lançar a nova modalidade nos últimos três meses de 2022. O formato da publicidade e a frequência que ela será exibida ainda não foi divulgada. Também não há informações sobre a chegada do novo modelo ao Brasil.
Para a consultora de mercado de streaming e audiovisual, Aline Pardos, o novo modelo de assinaturas que a empresa está seguindo é o mesmo que outros concorrentes já fazem hoje no mercado. Um exemplo disso é a Amazon e HBO Max. A Amazon, inclusive, ajustou recentemente o valor das assinaturas no Brasil. Após três anos, a assinatura do Prime Video passará de R$ 9,90 ao mês para R$ 14,90 no próximo dia 20.
Também foi revelado no memorando que a Netflix planeja começar a impedir o compartilhamento de senhas entre sua base de assinantes ainda este ano. Essa regra já tinha sido divulgada pela empresa em março. Mas a nova diretriz só foi aplicada para os usuários do Chile, Costa Rica e Peru. Para a consultora, essa mudança terá um primeiro impacto com relação aos cancelamentos.
“Por outro lado, não tenho dúvida de que a Netflix tem uma carta na manga e vai oferecer uma opção para uma parte desse público continuar assinando, se vai ser um valor promocional, se vai ser um AVOD, não sabemos ainda, mas alguma estratégia com certeza vai ser definida para o impacto não ser muito grande”, reforça.
Todas essas regras e mudanças foram tomadas após a plataforma reportar uma queda de 200 mil assinantes no primeiro trimestre do ano, a primeira em uma década. Com isso a Netflix recuou 35% na Nasdaq, Bolsa de Valores de tecnologia dos Estados Unidos, e o valor de mercado da empresa caiu US$ 54,3 bilhões. A companhia não alcançou a meta de 2,5 milhões de usuários totais que havia estabelecido para o período e ainda projetou uma perda de mais dois milhões nos próximos meses.
