Na contramão da crise, Joinville é destaque na geração de empregos

Por: Windson Prado

13/02/2018 - 12:02 - Atualizada em: 14/02/2018 - 10:10

O Litoral Norte de Santa Catarina tem sido destaque estadual e nacional quando o assunto é geração de emprego, desenvolvimento e superação da crise econômica brasileira. Por aqui, na verdade, o reflexo da dificuldade econômica vivenciada em todo o Brasil, tem sido bem mais ameno. Pelo menos é o que demonstram dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Na estatística do Caged, Joinville foi uma das cidades que mais gerou empregos no país, no ano passado.

Atualmente, Joinville conta com mais de 2 mil indústrias, e mais de 40 mil pequenas e médias empresas, responsáveis por grande parte da geração de empregos. De janeiro a dezembro foram criados 5.588 novos postos de trabalhos na cidade, enquanto que no ano anterior, a geração de emprego ficou negativada em -2.881 vagas. Uma prova real da recuperação da crise econômica. Ainda segundo dados do Caged, 2011 foi o melhor ano de criação de empregos em Joinville, com 9.115 novos postos de trabalho. Em 2015, no auge da crise econômica, a geração ficou com o maior déficit, -10.395 vagas.

Os bons números da economia joinvilense fizeram com que a cidade fosse citada em uma reportagem da revista Exame. A matéria, assinada por Mariana Segala, destaca a importância de uma economia diversificada como a de Joinville e cita empresas e indústrias como a Pollux, Whirlpool, Embraco, Tigre, Tupy entre outras que, na contramão da crise criam novas oportunidades de empregos.

Os bons números da economia joinvilense fizeram com que a cidade fosse citada em uma reportagem da revista Exame | Foto Rogério da Silva/Secom/Divulgação

O poder da micro e pequena empresa

No aquecimento da economia e na manutenção e crescimento de vagas de trabalho a micro e pequena empresa também tem um destaque importante. O presidente da Ajorpeme (Associação de Joinville e Região da Pequena, Micro e Média Empresa), empresário Victor Kochella, enfatiza que estas empresas são as últimas a demitirem e as primeiras a contratarem, após a crise. “Numa grande empresa, ao primeiro sinal de crise ou fechamento de mercado, os gestores optam, em reduzir o quadro de funcionários. Isso ocorre de forma diferente na micro e pequena empresa, porque o dono do negócio está ao lado do funcionário, conhece a família dele, e sabe de como tal demissão o afetaria. Por isso, demitir é medida extrema”, salienta.

Na contrapartida, segundo Victor Kochella, quando a indústria começa a se recuperar, ela precisa de serviços que são fornecidos pela pequena e média empresa. Isto faz com que haja ainda mais contratações. “Particularmente acredito que Joinville está superando bem esta dificuldade financeira do país, porque na cidade há uma diversificada rede de negócios, que vai desde as grandes indústrias às pequenas e microempresas de serviço e tecnologia. Isso ajuda a cidade a não perder postos de trabalhos e manter a economia mais aquecida”, finalizou o presidente da Ajorpeme, que é otimista com o cenário econômico dos próximos meses.

Já para o presidente da Acij (Associação Empresarial de Joinville), Moacir Thomazi, a estabilização da economia e a modernização trabalhista foram os principais fatores que estimularam a retomada das contratações. “Nossa cidade, porém, reage de maneira ainda mais positiva a este cenário, dada a força e diversidade do nosso modelo empresarial, com indústrias pujantes, líderes em seus segmentos, comércio em expansão e serviços em franco desenvolvimento. O setor de Serviços puxa a reação e muitos dos desempregados dos últimos anos aderiram a modalidade de MEI (Micro Empreendedor Individual), como alternativa à vaga de emprego extinta”, comenta Thomazi.

Empresas voltadas para educação, saúde e segurança privadas, além de serviços imobiliários e na área de tecnologia e inovação absorvem vagas extintas na Indústria segundo setor que perde força no Brasil, diante da chamada desindustrialização, segundo Thomazi. “O crescimento só se sustentará se vier acompanhado de investimentos, que se mostram urgentes. Além da péssima qualidade do serviço público, em saúde, segurança, educação e transporte, carecemos de infraestrutura para garantirmos alguma competitividade no mercado internacional. São setores onde o Governo pode e deve investir, o mais rápido possível”, finalizou o presidente da Acij.

Região metropolitana deve dar ainda mais destaque a cidade

Na semana passada, ao visitar Joinville, o governador Raimundo Colombo (PSD) declarou que nos próximos dias deve assinar a criação da Região Metropolitana de Joinville. O fato foi confirmado pelo presidente da Ajorpeme, nesta segunda-feira (12).

O tema tem sido discutido nos últimos anos por lideranças de Joinville e das cidades da Nordeste do Estado. Uma das propostas seria reunir mais de 30 municípios desta região, passando por São Bento do Sul, e Campo Alegre, no Planalto Norte; Jaraguá do Sul e Guaramirim, no Vale do Itapocu; Barra Velha, Piçarras e São Francisco do Sul no Litoral.

Uma das propostas seria reunir mais de 30 municípios, passando por São Bento do Sul, e Campo alegre, no Planalto Norte; Jaraguá do Sul e Guaramirim, no Vale do Itapocu; Barra Velha, Piçarras e São Francisco do Sul no Litoral | Foto Divulgação

A equipe de reportagem do Jornal de Joinville conversou com a Secretária da ADR (Agência de Desenvolvimento Regional de Joinville), Simone Schramm, para tentar confirmar quais cidades estariam nesta região metropolitana, mas ela não soube nos responder. Também tentamos contato com o deputado Darci de Matos, que no ano passado era líder do governo na Alesc e puxou tais discussões, mas ele não foi encontrado.

Com a região metropolitana, serviços públicos municipais como transporte coletivo, gestão de lixo, saneamento, políticas públicas entre outros passam a ser pensados de forma conjunta entre os municípios favorecendo o cidadão.