Municípios da região controlam comprometimento com folha de pagamento

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Por: Pedro Leal

12/02/2019 - 05:02

A relação entre as receitas correntes líquidas (RCL) e as despesas com pessoal das  prefeituras de Jaraguá do Sul, Guaramirim e Massaranduba – cujos dados do balanço financeiro para 2018 já estão fechados – estão se tornando mais saudáveis.

Não apenas as receitas cresceram, como o índice de comprometimento com pessoal diminuiu em todos os três municípios, que passaram por indicadores perigosos em 2017, ano que seguiu a crise que abateu a economia nacional entre 2015 e 2016. Os dados são das prefeituras e do Tribunal de Contas do Estado.

Jaraguá do Sul se destaca por não apenas ter reduzido o índice de comprometimento com pessoal, mas por ter conseguido reduzir o valor das despesas.

Entre 2017 e 2018, os gastos caíram 5,04%, passando de R$ 348,21 milhões para R$ 330,32 no último ano. Esta redução vem como resultado das medidas de corte de pessoal da gestão atual.

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As despesas consolidadas com pessoal em Jaraguá do Sul não são compostas apenas pela folha de pagamento: incluem também recursos previdenciários, como os fundos do Instituto de Seguridade dos Servidores Municipais (Issem), com gastos progressivos com aposentadorias e pensões de servidores públicos.

“É importante conseguirmos manter esta queda nas despesas, pois se não conseguirmos reduzir as despesas, vamos ficar sem recursos para investir no município”, nota o secretário de Administração do município, Argos Burgardt, frisando que mesmo com o crescimento das receitas este trabalho é essencial.

No mesmo período, a RCL, somatória de todas as receitas já subtraídas de deduções e impostos estaduais e federais, cresceu em 7,52%, passando de R$ 642,84 milhões para R$ 691,17 milhões. No ano de 2018, o município comprometeu 47,79% de suas receitas com pessoal, com total R$ 22,22 milhões abaixo do limite, de R$ 352,54 milhões.

Segundo Burgardt, as receitas ordinárias – recebidas de forma regular e planejada, como impostos, repasses tributários e outros recursos garantidos – se mantiveram estáveis, passando R$ 324 milhões em 2017 e R$ 325 milhões em 2018.

O município passou três anos acima dos limites para despesas de pessoal, entre 2015 e 2017.

Enquanto em 2016 e 2017 o “rombo” foi de pouco mais de um milhão – R$ 331,55 milhões contra um limite de R$ 330,41 em 2016 e R$ 348,21 contra um limite de R$ 347,13 no ano seguinte – em 2015, o buraco orçamentário foi de mais de R$ 25 milhões: com um limite de gastos de R$ 294,13 milhões, o poder executivo municipal somou R$ 319,25 milhões em despesas com pessoal.

Comprometimento controlado em Guaramirim

Guaramirim registrou no ano passado uma alta de 13,42% na RCL, passando de R$ 116,75 milhões para R$ 132,42 milhões, enquanto as despesas com pessoal cresceram 9,76%, passando de R$60,87 milhões para R$ 66,81 milhões. O comprometimento fica em 50,5% da receita com o pessoal.

O resultado foi considerado positivo, mas a Prefeitura ainda busca como melhorar os índices.

“Fechamos em 50,5% em 2018, o que ainda não é a situação ideal, o ideal seria baixar de 3 a 4 pontos percentuais. Porque reduzindo esse índice, conseguimos ter mais liquidez e orçamento para outras despesas, como investimentos por exemplo”, explica o secretário de Administração e Finanças, Jair Tomelin.

Segundo o secretário, desde 2017 a administração está buscando e aplicando ações que visam buscar reduzir esse índice. “Uma das formas é trabalharmos em prol do aumento da receita, como o Refis, além de monitorar as receitas diariamente”, conta.

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Ele frisa que o município tem buscado ativamente ampliar a margem disponível para investimentos e para manutenção.

“Estamos com um trabalho efetivo do movimento econômico, indo atrás de ampliar a arrecadação e melhorar esses índices para seguir destinando verba para ações/investimentos importantes da administração municipal”, diz.

Em 2017 e em 2014, o município havia superado o limite constitucional de despesas com pessoal: no ano retrasado, as despesas com pessoal somaram R$ 60,87 milhões, com um limite de gastos com pessoal de R$ 60,59 milhões.

Em 2015, a relação entre a RCL e as despesas com pessoal ficou em cima do limite: foram menos de R$ 10 mil de distância entre o limite, de R$ 49,23 milhões, e o empenhado, de R$ 49,22 milhões.

Índice em quase 46% em Massaranduba

Massaranduba fechou 2018 com um índice de comprometimento das receitas com pessoal de 45,99% – foram R$ 23,833 milhões contra uma RCL de R$ 51,821 milhões, segundo dados da Prefeitura.

De 2017 para 2018, as receitas do município cresceram 15,72%, enquanto as despesas com pessoal cresceram apenas 1,92% – em 2017, a RCL somava R$ 44,78 milhões, enquanto a despesa com pessoal somava R$ 23,38 milhões.

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O município tem se mantido dentro dos limites constitucionais, com flutuações quanto ao grau de folga entre a receita e as despesas nos últimos cinco anos, com comprometimento mais grave em 2017: no ano, faltaram cerca de R$ 800 mil para atingir o limite de R$ 24,18 milhões.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).