Morre aos 82 anos Bernard Madoff, o maior golpista de pirâmide da história

Foto: David Karp/AP

Por: Pedro Leal

14/04/2021 - 12:04 - Atualizada em: 14/04/2021 - 12:40

O financista americano Bernard Madoff, autor do maior esquema Ponzi da história, morreu na prisão nesta quarta-feira, 14, aos 82 anos. Ele cumpria pena de 150 anos de reclusão pela condenação em 2009 pelos crimes cometidos, que levaram à ruína financeira milhares de pessoas. O esquema é estimado em 65 bilhões de dólares nas décadas de 1990 e 2000.

As informações são da Agência Globo.

O esquema Ponzi, também conhecido como pirâmide financeira, consiste em prometer e atrair ganhos vultosos e imediatos para as pessoas. Na medida em que a base de investidores cresce, os recursos dos entrantes são utilizados em parte para pagar aqueles que já haviam sido atraídos anteriormente, em um círculo vicioso que inevitavelmente entra em colapso – deixando as vítimas sem recurso.

Seus crimes foram descobertos em 2008, em meio à crise financeira global. Ele foi denunciado por seus dois filhos, que não participavam do esquema.

Estima-se que, no total, ele tenha se apropriado de US$ 17,5 bilhões. De acordo com o “New York Times”, as perdas foram de US$ 64,8 bilhões (nessa conta estão incluídos os valores fictícios que ele creditava aos clientes durante vinte anos). Ao todo, o esquema teve mais de 30 mil vítimas.

Durante o julgamento, Madoff se declarou culpado e admitiu ter enganado milhares de clientes em bilhões de dólares em investimentos ao longo de décadas.

A lista de vítimas foi extensa e diversificada, de pequenos investidores a artistas e fundos de pensão e fundos hedge. Os atores Kevin Bacon, Kyra Sedgwick e John Malkovich, o ex-astro do beisebol Sandy Koufax e uma instituição de caridade do diretor Steven Spielberg estiveram entre as vítimas.

O vencedor do Nobel da Paz Elie Wiesel perdeu 15,2 milhões de dólares por meio da sua fundação.

Um administrador nomeado pelo tribunal que julgou o seu caso recuperou mais de 13 bilhões de dólares de investidores.

No ano passado, advogados de Madoff tentaram obter a liberdade condicional do financista, sob alegação de que ele sofria de doença renal em estágio terminal e tinha outras condições médicas crônicas. O pedido foi negado.