Monjas trapistas produzirão cerveja artesanal “sagrada” no Norte de SC

Foto: Divulgação

Por: Elissandro Sutil

04/02/2022 - 11:02 - Atualizada em: 04/02/2022 - 11:40

Os apreciadores de cerveja artesanal descobrem a tradição das cervejas trapistas logo nos primeiros contatos com a bebida. Produzidas em 11 mosteiros, os rótulos são reconhecidos pela qualidade e pela história e cultura que envolve a ordem.

Inspirado neste contexto, duas irmãs do mosteiro trapista Nossa Senhora da Boa Vista, de Rio Negrinho, no Planalto Norte de Santa Catarina, participaram nesta semana de uma formação técnica na Escola Superior de Cerveja e Malte, em Blumenau.

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O objetivo delas é produzir a própria cerveja para poder ajudar a manter as atividades do mosteiro.

O Mosteiro Trapista Nossa Senhora da Boa Vista já produz chocolates e geleias para comercialização como forma de manter suas atividades e apoiar outros espaços no mundo.

Para a construção do mosteiro, que foi inaugurado em 2010, as irmãs receberam apoio de mosteiros belgas que produzem cerveja.

Foi após esse contato com os europeus que surgiu a ideia de desenvolver a produção de cerveja para o mosteiro em Santa Catarina. Ao conhecer a iniciativa, a Escola Superior de Cerveja e Malte está financiando cursos e equipamentos para que elas obtenham mais conhecimento técnico e que possam dar início ao projeto.

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As irmãs Zulema Jacquelin Jofre Palma e Raquel Watzko concluíram a formação à distância e agora estão presencialmente na instituição, em Blumenau, ampliando os estudos.

“Estamos buscando conhecimento para evoluir e apoiar a nossa comunidade e outras comunidades no mundo”, diz irmã Zulema.

A irmã Raquel complementa que a cerveja é uma forma de mostrar às pessoas que a vida monástica também pode ser cheia de alegrias.

“Quero que, quando provem a nossa cerveja, as pessoas se conectem também com uma visão mais leve e feliz do que significa a nossa vocação religiosa, porque nós somos muito felizes vivendo desta forma”, finalizou irmã Raquel.

Irmãs Trapistas de Boa Vista

A história do mosteiro das Irmãs Trapistas de Boa Vista é fruto dos movimentos da comunidade chilena de Nossa Senhora de Quilvo, que tinha o desejo de ampliar sua atuação, e da comunidade Novo Mundo no Brasil, casa masculina trapista que desejava ter uma casa da mesma ordem para mulheres.

Após dois anos se preparando, em 2010, as monjas chegaram à cidade de Rio Negrinho para iniciar a construção da casa. Depois de três anos em uma residência provisória, em 2013 elas passaram a viver no mosteiro, que foi concluído em 2017.

Seu sustento é do seu próprio trabalho na produção de geleias e chocolates comercializados por meio do site.

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