Modelo de gestão do Centro de Inovação de Jaraguá do Sul pode mudar

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Por: Pedro Leal

12/02/2019 - 09:02 - Atualizada em: 12/02/2019 - 09:37

Em visita oficial nesta segunda-feira ao Centro de Inovação de Jaraguá do Sul Novale Hub, o secretário de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino, afirmou que o governo do Estado irá rever o modelo de gestão dos 13 centros de inovação do Estado, dos quais apenas dois – Jaraguá do Sul e Lages – estão em operação.

De acordo com o secretário, o estado precisa assumir um papel direto na administração destes espaços, indo além de construir e financiar os centros de inovação.

Ele ressalta que o modelo que será apresentado ainda está sendo discutido, mas deve ser mais centralizado . “Nós temos que centralizar a gestão. O que está certo no modelo de gestão nós vamos manter, mas o que não está funcionando a gente vai cortar com a autorização do nosso governador”, diz.

“Nós estamos pensando em uma governança geral, e nos próximos meses iremos apresentar o nosso modelo para todas as unidades”, afirma o secretário.

De acordo com Esmeraldino, estes centros têm que ser integrados e conectados, com cada uma das 13 unidades focando em uma especialidade. “Por exemplo, como é que Jaraguá do Sul não vai trabalhar com têxtil?”, questiona.

Foto Eduardo Montecino/OCP News

Segundo o secretário, os espaços construídos e mantidos pelo governo do Estado precisam de um modelo único de gestão. “Temos que ver o que isto está agregando para o Estado, ou o governo do Estado vai só aportar dinheiro?”, comentou

Com papel fundamental para o estabelecimento do Centro de Inovação de Jaraguá do Sul, o deputado federal Carlos Chiodini (MDB) questiona a proposta do governo do estado de unificar a gestão dos centros.

“Já temos [em Jaraguá do Sul] um modelo de gestão que é referência internacional. O papel do governo é apenas como fomentador. É público e notório que temos problemas graves com a gestão pública e que a administração privada destes espaços aumenta a competitividade”, conta.

Segundo o deputado, os centros de inovação precisam ser geridos pela comunidade em que estão inseridos, o que além de dar mais agilidade, também desonera o poder público.

“Eu creio que o modelo que foi implementado em Santa Catarina é um modelo que deu certo no mundo todo. Não sei qual o modelo que o Comandante Moiséis pretende implementar, mas o que temos tem dado resultados”, conta.

Presidente do conselho gestor do Novale Hub, Anselmo Ramos, defendeu a importância do trabalho feito em Jaraguá do Sul e o acompanhamento dos projetos na entrada de empresas no centro – cinco já estão para se instalar no centro.

“Ela tem que apresentar um plano de trabalho que tenha começo, meio e fim, pois se não tiver este acompanhamento isso vai virar só um condomínio industrial”, conta.

Acijs apresentou demandas

O secretário também participou da primeira reunião plenária da Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs) do ano, onde discutiu as propostas da pasta para o desenvolvimento da região, e a entidade empresarial aproveitou o momento para apresentar demandas locais ao governo do estado.

Também presidente da Acijs, Anselmo Ramos destacou as principais pautas discutidas com o governo do Estado: a duplicação do trecho urbano da BR-280, sob responsabilidade do Estado, as questões tributárias como crédito do ICMS, e as relações com o Instituto do Meio Ambiente (IMA).

“Nós já tínhamos começado a discutir a desburocratização dos licenciamentos do IMA com a gestão anterior, mas agora este trabalho voltou ao começo” , diz.

O empresário também destacou que a questão da BR-280 atravessa vários fatores, tanto econômicas quanto sociais. “Não é só o fator logístico, mas também o número de acidentes que marcam a via que tornam isso importante”, explica.

Esmeraldino destacou que parte da questão da BR-280 caiu em sua pasta, através dos Programas de Desenvolvimento Regionais do Turismo (Prodetur).

“O que abranger o fomento ao turismo vai ter crédito abundante, com base na capacidade de endividamento dos municípios, pois grande parte das empreiteiras que estavam com crédito do BNDES estão agora na Lava Jato”, comenta, explicando que a resolução judicial dos escândalos de corrupção resultaram na liberação potencial de recursos.

O secretário também destaca que a verticalidade entre o governo do Estado e o governo federal – ambos do PSL – deve favorecer a liberação de recursos para obras no estado.

“Santa Catarina tem que aproveitar este momento, o estado deu o melhor resultado do país para o PSL e isto deve ajudar aproximar os contatos com o governo federal”, diz.

Recém empossado, o deputado federal Fábio Schiochet, também do PSL, teria garantido um recurso de R$ 65 milhões para a BR-280.

Sobre o IMA, o secretário frisou que, assim como está sendo feito a nível federal pelo ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, com o Ibama, a prioridade tem sido agilizar e desburocratizar os trabalhos do órgão.

Segundo o secretário, a lentidão no trabalho do IMA estaria atravancando R$ 65 bilhões em investimentos privados no estado. “O que está de errado não vai dar para aproveitar, mas creio que no curto prazo dê para liberar já uns R$ 10 bilhões para Santa Catarina”.

 

Quer receber as notícias no WhatsApp?