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Mercosul e União Europeia fecham acordo comercial após 25 anos

O presidente do Uruguai, Lacalle Pou (no púlpito), seus colegas do Mercosul e a presiente da Comissão Europeia, Ursula Von Der Leyen | Foto: Reprodução/YouTube/Comunicación Presidencial Uruguay

Por: OCPNews Brasilia

06/12/2024 - 10:12 - Atualizada em: 06/12/2024 - 10:45

O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia (UE) foi assinado na manhã desta sexta-feira (6), durante a 65.ª Cúpula do Mercosul, em Montevidéu, Uruguai. O anúncio foi feito pelo presidente do Uruguai e do Mercosul, Luis Lacalle Pou, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, acompanhados dos líderes dos demais países que integram o bloco sul-americano – Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Javier Milei (Argentina), e Santiago Peña (Paraguai). As informações são da Gazeta do Povo.

O tratado cria a maior zona de livre comércio no mundo, com cerca de 700 milhões de consumidores e um PIB conjunto de US$ 21,3 trilhões. Mas nem todos os países que serão afetados pelo acordo se demonstraram favoráveis à assinatura. A França foi uma das principais vozes contrárias. Pouco depois da publicação de Von der Leyen no X, o gabinete de Emmanuel Macron informou que a França não pode aceitar o acordo.

“O projeto de acordo entre a UE e o Mercosul é inaceitável tal como está. O presidente Emmanuel Macron voltou a dizê-lo hoje à presidente da Comissão Europeia”, escreveu o Palácio do Eliseu também em seu perfil do X. Questões envolvendo o cumprimento do Acordo de Paris, com metas de mudança climática, e de legislações internacionais trabalhistas são alguns dos argumentos usados pelos europeus para justificar sua posição.

Além disso, a insistência francesa em não assinar o acordo se dá em grande parte por conta do setor agrícola, que se vê ameaçado pela entrada de produtos do agronegócio sul-americano, com valores abaixo dos produzidos na região. Em novembro, as crises geradas por declarações de dirigentes da Danone e do Carrefour evidenciaram a resistência do setor na Europa.

Por decisão da UE, a validação interna do acordo é dividida em duas partes. A parte econômica-comercial precisa ser aprovada pelo Conselho Europeu e pelo Parlamento Europeu. O restante do acordo, além da aprovação da Comissão e do Parlamento, ainda precisará ser ratificado pelos parlamentos das 27 nações da UE.

Do lado do Mercosul, o acordo precisa ser consensuado pelos líderes dos países do bloco e, posteriormente, aprovado nos parlamentos de cada país para que tenha validade naquela nação. Leonardo Paz, pesquisador do Núcleo de Inteligência Internacional da Fundação Getúlio Vargas, avalia que, no cenário do Mercosul, a situação é mais “tranquila”.

Apesar de certos “ruídos” vindos da Argentina, Paz destaca que o governo do vizinho sul-americano é liberal, o que contribuiria para a assinatura do acordo, cuja negociação foi liderada pelo Brasil.

* Com informações da Gazeta do Povo.

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