Das cerca de 23,6 mil estações de monitoramento de rios no Brasil, apenas 15% enviam os dados em tempo real, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
Essas estações se dividem entre as pluviométricas (medem a chuva que cai na bacia do rio), fluviométricas (medem o nível e a vazão dos rios) e as que fazem as duas coisas.
As informações são do portal G1.
Inundações são um dos principais desastres naturais do país. Em 2023, dos 3.425 alertas emitidos pelo Cemaden, mais da metade foram alertas hidrológicos, como transbordamento de rios. Em 2022, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas por cheias e 7 milhões por seca, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).
Os dados destas estações são essenciais para seja possível prever a ocorrência de inundações e alertar a população com antecedência – mas segundo o órgão, a cobertura atual de pontos de monitoramento é deficitária especialmente nas pequenas bacias do país – responsáveis por 70% dos desastres hidrológicos.
Responsável por coordenar os 23.663 pontos para colher informações de chuva e nível dos rios no país (pertencentes a entidades públicas e privadas), a Agência Nacional de Águas (ANA) afirma que passa por restrições orçamentárias e que gostaria de ampliar a malha de monitoramento.
No entanto, para 2024, o Congresso havia aprovado R$ 71,5 milhões de orçamento para a agência – total que caiu para R$ 58,8 milhões durante o ano. A agência frisa que, em desastres, pontos de monitoramento podem ser danificados ou levados pela água. Nas inundações que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, 7 pontos de monitoramento da Bacia do Taquari foram perdidos e terão que ser repostos.
Segundo o Ministério do Planejamento, a redução de R$ 12,6 milhões ocorreu porque a inflação de 2023 foi menor que a esperada, afetando a parte dos recursos condicionada a essa variação.