Menos de 15% dos profissionais de saúde se sente preparado para lidar com pandemia, diz estudo

Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

31/05/2020 - 16:05 - Atualizada em: 31/05/2020 - 16:29

Um estudo elaborado pelo Núcleo de Estudos da Burocracia (NEB), da Fundação Getulio Vargas (FGV), que reuniu impressões de 1.456 profissionais de saúde de todo o país sobre a pandemia de covid-19, apurou que somente 14,29% deles se sentem preparados para atuar no novo contexto. No total, 64,97% responderam que não sabem lidar adequadamente com a crise sanitária e os demais optaram por não avaliar a questão.

Descobriu-se que o tempo de serviço acaba não sendo um fator gerador de maior confiança para saber como agir durante a pandemia, considerando-se que 64,84% dos respondentes exercem suas atividades há mais de dez anos. Também através das entrevistas, feitas em ambiente online, no período de 15 de abril a 1º de maio, os pesquisadores constataram que a percepção muda conforme a região em que os profissionais se encontram. Em estados do Norte e do Nordeste, há um número maior de profissionais que declaram insegurança.

O estudo também revela que os agentes comunitários de saúde (ACS) e agentes de combate à endemia (ACE) são os que se sentem menos capazes de enfrentar a atual conjuntura. Apenas 7,61% desse grupo julgam estar prontos para encarar os desafios impostos pela crise. Já entre os profissionais de enfermagem, a proporção dos que se acham preparados é de 20,09%.

Apesar dos contrastes verificados com a regionalização e recorte de categoria profissional, há um elemento que todos compartilham: o medo. O grau mais elevado, de 91,25%, foi registrado entre os ACS e os ACE, seguido por 88,24% de profissionais das equipes ampliadas da saúde, 84,31% dos trabalhadores da área de enfermagem e 77,68% dos médicos. Mais da metade (55%) disse conhecer alguém que foi infectado pelo novo coronavírus ou teve suspeita da doença.

A pesquisa mostra 32% dos profissionais receberam itens de equipamento de proteção individual (EPIs), caindo para 19,65% nas categorias de ACS e ACE. Na capital paulista, por exemplo, são os ACS que saem às ruas para levar orientações sobre medidas preventivas à população, ou seja, têm contato direto com outras pessoas, regularmente, tanto como médicos e enfermeiros.

No questionário online, os entrevistados opinaram, ainda, sobre as soluções oferecidas pelo poder público, no âmbito da pandemia. Os resultados mostram que mais da metade acredita que o governo tem deixado de prestar a devida atenção aos profissionais de saúde. Quanto ao apoio institucional por parte de governos estaduais, o índice de desaprovação é de 51%. Já quando se trata do governo federal, o nível atinge 67%. A falta de suporte de chefias diretas se sobrepõe às demais, sendo apontada por 71,82% dos entrevistados.

Outra queixa diz respeito a orientações sobre procedimentos. A maioria deles, porém, afirma não ter recebido nenhuma instrução. Segundo a pesquisa, 21,91% relata ter recebido treinamento específico sobre a pandemia, sendo que a maioria é de médicos.

Com informações da Agência Brasil e da FGV

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