A Marisol registrou uma receita líquida de R$ 447,9 milhões em 2015, o que representa uma queda de 7,2% em relação a 2014. O resultado foi reflexo de um ano economicamente instável, que o diretor corporativo financeiro da empresa, Ivanildo Paulo Krause, avaliou como “mais difícil do que se imaginava”. No ano passado, a empresa divulgou que a expectativa era registrar um crescimento acima de 10% em 2015. O resultado operacional da companhia, que representa o lucro líquido obtido com as operações, também teve queda no ano passado, indo de R$ 41,5 milhões em 2014 para R$ 21,6 milhões em 2015. O valor representa uma redução de 47,9%. “Tivemos que ser muito austeros no ano de 2015, criar novas formas de negócios. Lançamos a rede de franquias Marisol, implementamos um novo modelo de negócio para a desova de produtos, que são os outlets, e ainda investimos no projeto de venda de malha acabada para produtores, que gerou receita bruta de R$ 64,1 milhões em 2015”, destaca Krause. Atualmente, a empresa conta com quatro lojas da rede de franquias Marisol e dez outlets. Apesar do resultado abaixo do esperado, a empresa adicionou R$ 228,1 milhões à economia no ano passado, sendo que 39,1% desse valor foi destinado à folha de pagamento, 29,4% para o pagamento de impostos e 11,4% para a remuneração de capital de terceiros. Os outros 20,1%, que somam quase R$ 46 milhões, representam o retorno do capital próprio da empresa. Em 2015 foram investidos ainda R$ 18,8 milhões em ações sociais, que incluem benefícios aos colaboradores, projetos sociais e ações ambientais. Em fevereiro deste ano, a empresa optou pelo fim da produção da marca Mineral adulto, decisão estratégica que tem como objetivo ampliar ainda mais a representatividade da empresa no segmento infantil. Segundo Krause, aproximadamente 90% do faturamento da empresa é fruto das linhas para o público infantil. A rede Lilica e Tigor é formada por 155 lojas em todo o Brasil. Os dados foram apresentados à imprensa na manhã de ontem, na sede da empresa. Expectativa de crescimento A Marisol espera crescer 8% em 2016. A projeção foi aprovada em novembro do ano passado, foi revisada em março deste ano e deve passar por uma nova revisão em agosto. É a primeira vez na história da empresa que o grupo adota uma postura de reavaliação do orçamento, segundo explica o presidente Giuliano Donini. “Entendemos que é um ano de difícil projeção, com muitas incertezas e tudo isso exige uma nova forma de executar. É um estilo de gestão onde são tomadas mais decisões, o que carrega mais a dinâmica, mas garante a estabilidade necessária para um momento de tantas dúvidas”, diz. De acordo com o presidente do Conselho de Administração da empresa, Giorgio Donini, este é um ano de investimentos estratégicos, que surgem com menos vigor do que em outros anos, mas são necessários à manutenção do negócio. “O maior desafio talvez é ser hábil, perspicaz e ágil nos ajustes pontuais da rota a ser traçada. É absolutamente impossível prever o amanhã. Podemos sim desenvolver teorias, cenários, para que quando um fato relevante mude a rota já termos conhecimento de como conduzir os negócios”, analisa. A Marisol possui 270 lojas da franquia One Store Marisol e está presente em 10,6 mil postos de vendas multimarcas em todo o Brasil. Atualmente, a empresa tem capacidade para produzir 11 milhões de peças de roupa e 2,2 milhões de calçados, com o apoio de 2.550 colaboradores.