Mais de um terço dos brasileiros não tem expectativa de ser vacinado este ano, aponta pesquisa

Foto Eraldo Schnaider/Prefeitura de Blumenau

Por: Pedro Leal

28/04/2021 - 09:04 - Atualizada em: 28/04/2021 - 09:35

O ritmo da vacinação e a segunda onda da Covid-19 derrubaram a expectativa do brasileiro em uma retomada mais rápida da economia, segundo a terceira edição da pesquisa “Os brasileiros, a pandemia e o consumo”, da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O ritmo de vacinação foi um dos pontos mais críticos: 83% dos entrevistados consideram o ritmo de vacinação no Brasil lento e 35% das pessoas que ainda não foram imunizadas não têm expectativa de serem vacinadas esse ano.

A pesquisa foi encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, e revela que 71% das pessoas consideram que a economia vai levar pelo menos um ano para se recuperar. Foram entrevistadas 2.010 pessoas, entre 16 e 20 de abril deste ano. Em julho de 2020, eram 61%. Essa pergunta não foi feita na primeira edição.

Dados oficiais mostram que apenas 13,2% da população foi vacinada. Do total de entrevistados pela pesquisa, 9% já tomaram a primeira dose da vacina e 6%, as duas doses.

Também segundo a pesquisa, 46% dos entrevistados viram sua renda diminuir ou ser zerada pela pandemia. O temor de perder o emprego, no entanto, diminuiu: Em abril de 2021, 41% assinalaram ter um medo grande ou muito grande de perder o emprego. Em julho de 2020, eram 45% e, em maio de 2020, 48%.

32% dos trabalhadores afirmaram que a renda diminuiu e 14% perderam totalmente a renda, nos últimos 12 meses. Para 41%, a renda ficou estável e 10% registraram aumento.

Quanto às expectativas sobre sua renda para os próximos seis meses, 3% acreditam que perderão totalmente, 9% veem redução parcial e 83% consideram que não terão mudanças.

Os cortes de gastos fazem parte da realidade de sete a cada dez brasileiros. 71% da população afirmam ter reduzido seus gastos desde o início da pandemia.

Os motivos teriam sido os seguintes: 30% perderam parte ou toda renda; 38% se dizem inseguros quanto ao futuro; 27% alegam o fechamento do comércio e; 5% não responderam.

Pouco mais de um terço (37%) dos respondentes afirmam que a redução do gasto será permanente, percentual que há um ano estava em 29%.

O apoio à reabertura do comércio cresceu. Nesta edição, 61% apoiam a abertura do comércio de rua, enquanto em julho de 2020, eram 49%.

Também na comparação entre abril de 2021 e maio do ano passado, caiu de 72% para 49% o percentual de pessoas contrárias a abertura de escolas e universidades. Sobre salões de beleza, 51% não aprovam, em julho de 2020 eram 57%. No caso dos shoppings, 57% apoiam o fechamento, na edição anterior eram 69%.