Mais de meio milhão de catarinenses já foram demitidos desde início da crise do coronavírus

Por: Felipe Elias

12/05/2020 - 14:05 - Atualizada em: 12/05/2020 - 16:22

O Sebrae/SC, a Fiesc e a Fecomércio divulgaram, nesta terça-feira (12), a 3ª edição da pesquisa que apresenta o impacto da pandemia do coronavírus na economia de Santa Catarina. De acordo com a sondagem, que analisou o universo dos pequenos negócios e das médias e grandes empresas, cerca de 530 mil pessoas já perderam seus empregos desde o início da crise provocada pela Covid-19.

No Vale do Itajaí, o impacto é significativo: 72.310 pessoas foram demitidas e 44% dos empresários da região afirmam ter feito demissões no período. A perda de faturamento das empresas na região chega a R$ 2,97 bilhões.

Segundo a pesquisa, 86,7% das empresas no estado já estão em atividade após a flexibilização das medidas de isolamento social impostas pelo Governo de Santa Catarina. Porém, 41,7% estão com redução na produção, 22% com mudança no funcionamento, 12,4% ainda aguardam liberação, e 0,9% fechou as portas e não volta a funcionar.

 

“Atualmente, 114 mil empresas estão inoperantes em Santa Catarina. Os microempreendedores individuais são os mais afetados, já que 28,7% deles seguem com as atividades suspensas ou fecharam as portas. A retomada das atividades é um destaque positivo desta edição da pesquisa, mas ainda são muitos os negócios fechados que estão somando prejuízos. Além do que, seis a cada dez negócios que voltaram a operar estão com produção reduzida”, comenta o diretor superintendente do Sebrae/SC, Carlos Henrique Ramos Fonseca.

 

Os setores de comércio e os serviços foram fortemente impactados com a suspensão total ou parcial das atividades. Com a política de distanciamento e isolamento social, 20% das empresas do setor de serviços estão temporariamente fechadas e 1,2% não deve mais abrir as portas. Já no comércio, 92% dos estabelecimentos estão mantendo algum nível de atividade.

 

“Os empresários estão buscando soluções para garantir a sobrevivência dos negócios, que mantêm os empregos e a renda das famílias em Santa Catarina. Ainda assim, 35,1% das empresas reduziram o quadro de funcionários. A queda no volume de vendas chegou a 73,6% no (setor de) serviços e 65,2% no comércio. O cenário pela frente é ainda incerto. A pesquisa aponta que 70% das empresas devem levar de seis meses a dois anos para se recuperar”, avalia o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.

 

Em relação às demissões, 41,4% dos entrevistados afirmam ter demitido desde o início da crise. Na última medição, feita em abril, o percentual era de 34,45%. “Mesmo com o afrouxamento das medidas de isolamento e com as medidas adotadas pelos governos para auxiliar as empresas, muitas seguem sem alternativa. Somente nos últimos 19 dias, cerca de 124 mil catarinenses perderam seus empregos, 30,6% a mais do que a última pesquisa realizada em abril”, analisa o diretor técnico do Sebrae/SC, Luc Pinheiro.

Essa edição da pesquisa também ouviu os empresários sobre a adoção das medidas previstas na MP 936/20. A suspensão temporária do contrato de trabalho foi adotada por 24,7% das empresas, e a redução proporcional da jornada de trabalho e salários foi adotada por 22% das empresas catarinenses. Com isso, 408 mil catarinenses estão em regime de suspensão do contrato de trabalho e 462 mil tiveram a sua jornada de trabalho e salário reduzidos.

Em relação ao faturamento, 91,3% dos entrevistados apontam queda nas vendas internas, e dos que exportam, 73,9%. A perda total de faturamento das empresas catarinenses já soma R$ 16,2 bilhões, o que representa 56,5% do total esperado para o período.

Para a pesquisa, foram ouvidos 2.547 empresários, de todas as regiões de Santa Catarina, entre os dias 4 e 6 de maio. A margem de erro é de 1,9 ponto percentual para mais ou para menos.

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