Mais de 330 pessoas deixaram de ter planos de saúde em Jaraguá do Sul

Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

14/11/2018 - 07:11 - Atualizada em: 14/11/2018 - 08:00

Desde o começo do ano, a adesão aos planos privados de saúde caiu 0,63% em Jaraguá do Sul, segundo dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A queda pode parecer pequena, mas representa um total de 331 pessoas que deixaram de ter cobertura de planos de saúde e precisaram migrar para o atendimento público.

Ao final de dezembro passado, eram 52.296 beneficiários de planos de saúde em Jaraguá do Sul, contra 51.965 ao final de setembro deste ano. E a demanda de pessoas que deixaram a rede privava teve que ser absorvida pelo sistema público, explica a diretora da Secretaria de Saúde do município, Niura Demarchi.

“Não tem outro caminho, ou as pessoas pagam do próprio bolso, ou procuram por atendimento público, e cerca de 70% opta por este caminho”, explica.

A Prefeitura estima que cerca de 4% da população tenha deixado de ter cobertura por planos de saúde desde 2014 – no ano, eram 34% dos jaraguaenses que tinham cobertura por algum tipo de convênio. Em 2015, este percentual caiu para 32%. Em 2016, foi para cerca de 31%.

Segundo Niura, grande parte da redução na cobertura se deve à perda de empregos com a crise em 2015 e 2016. No período, o município perdeu 7.105 postos de trabalho formais, e a região perdeu 3.243 beneficiados por planos de saúde, 2.058 destes em Jaraguá do Sul.

“Com a retomada do emprego, muitos tem voltado a ter plano de saúde pela empresa ou a contratar individualmente, mas ainda temos uma demanda crescente para atender pelo SUS (Sistema Único de Saúde)”, explica.

Segundo dados da Prefeitura, o município realizava uma média de 2,28 consultas médicas por habitante através do SUS em 2016 – em um total de 382 mil atendimentos no ano em questão. O setor público responde por 79% dos leitos do município, incluindo hospitais, pronto atendimentos e postos de saúde.

O orçamento para a saúde do município deve crescer no próximo ano, acompanhando o aumento na demanda. O ano de 2018 fechou um orçamento de R$ 163,5 milhões para o setor, R$ 2,3 milhões a menos que em 2017, com orçamento de R$ 16,8 milhões. Para 2019, o orçamento deve crescer 6,5%, com orçamento aprovado de R$ 174,1 milhões.

Adesão cresceu nos últimos cinco anos

Se neste ano a adesão aos planos de saúde caiu em Jaraguá do Sul, no período dos últimos cinco anos – contados desde o fim do primeiro trimestre de 2013 – a adesão a planos de saúde privados cresceu 14,76%, passando de 45.283 para atuais 51.965 – uma diferença de 6.683 pessoas.

No entanto, os números atuais estão abaixo do pico de adesão, registrado no primeiro trimestre de 2015 – antes da crise econômica que marcou os anos de 2015 e 2016. O total de beneficiários em Jaraguá do Sul era de 53.573, com uma queda de 3% desde então.

A situação é mais favorável aos planos em outros municípios da região – apenas Massaranduba registrou queda no ano, de 0,5%, ou 17 beneficiários –  e quase todos registram índices de adesão superiores aos de Jaraguá do Sul.

Ao final do trimestre terminado em setembro, a região do Vale do Itapocu somava 71.635 beneficiários – 15 a menos do que ao final de dezembro passado, de 71.650, e 18,9% a mais do que os 60.249 ao final de março de 2013.

Embora conte com variação negativa no ano, Massaranduba conta com a maior taxa de adesão ao planos de saúde na região: passando de 1.889 em 2013 para atuais 3.398 beneficiários, a adesão cresceu 78,94% no município. Em contrapartida, a menor variação no período fica por conta de Corupá, com crescimento de 12,16% no período.

Planos corporativos lideram adesão

Dentro das modalidades de planos de saúde, a região tem uma intensa predominância dos planos coletivos empresariais: dos 71.635 beneficiários nos cinco municípios da região, 61.072 estão nessa modalidade, ou 85,25% do total. O tipo de contrato teve crescimento expressivo nos últimos cinco anos, aumentando 21,81% desde o primeiro trimestre de 2013, quando contava com 50.136 beneficiários.

Em contrapartida, os planos individuais ou familiares tem registrado queda, tanto no ano quando no período de cinco anos. Ao final de setembro, eram 5.397 beneficiários no tipo de contrato, 6,92% a menos do que ao final de dezembro passado, em uma população de 5.798 beneficiários, e 17,8% a menos do que no primeiro trimestre de 2013, com 6.566.

Embora seja a menos expressiva dentro as três principais formas de contratação de plano de saúde, os planos coletivos por adesão registram o crescimento mais expressivo nos dois períodos, avançando 1,54% no ano e 52,06% no espaço de cinco anos. Ao final de setembro, a região contava com 5.141 pessoas dentro desta modalidade.

Quer receber as notícias no WhatsApp?