O ex-presidente da Samsung, Lee Kun-hee – considerado o homem mais rico da Coréia do sul – faleceu neste domingo, aos 78 anos, em um hospital em Seul. Lee também foi apontado como uma das 100 pessoas mais influentes do mundo pela revista Time, dos EUA.
Com uma fortuna estimada em US$ 20,7 bilhões – cerca de R$ 118 bilhões, na cotação atual – Lee foi responsável pela transformação da Samsung na maior fabricante de smartphones, TVs e outros eletrônicos do globo, desenvolvendo fortes laços com o governo sul-coreano.
A Samsung é hoje o maior dos grupos empresariais familiares da Coreia do Sul e vinha sendo administrada pelo filho de Lee desde que o pai sofreu o ataque cardíaco, há seis anos.
A empresa foi fundada pelo pai de Lee Kun-hee, Lee Byung-chul, em 1938. Na época, era uma distribuidora de peixes. A migração para o segmento de eletrônicos viria apenas no final dos anos 70, ainda sob o comando do patriarca.
Kun-Hee assumiu o comando da empresa em 1987, duas semanas após a morte do pai, e iniciou um processo de reestruturação da Samsung, mudando o foco da empresa da produção em quantidade de produtos baratos para foco em inovação e qualidade acima do volume de produção. O foco em inovação veio como forma de enfrentar a rival japonesa Sony, na época disputando o mercado asiático.
O processo de reestruração de Lee era contínuo: em 2005, Lee iniciou uma reestruturação da Samsung depois de ver produtos da empresa empoeirados numa loja de eletrônicos de Los Angeles.
Seu estilo de gestão arrojado costumava aconselhar seus empregados a “mudar tudo, exceto sua mulher e filhos” .
O herdeiro Lee Jae-yong era um dos membros da família presentes no momento da morte do pai. Os herdeiros de Kun-hee podem ter de pagar até US$ 10 bilhões em impostos pela herança, por conta da tributação coreana sobre heranças acima de US$ 3 bilhões – o imposto, de 50%, é o segundo maior dentre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), perdendo apenas para o Japão.
O valor pode levar a família Lee a perder sua participação no controle acionário da empresa.
A família enfrentou acusações de corromper presidentes da Coreia do Sul. Lee também foi processado por crimes fiscais. Em 2012, seu irmão mais velho Lee Maeng-Hee e sua irmã mais velha Lee Sook-hee entraram na justiça contra o empresário, exigindo um montante de ações nas empresas do grupo Samsung no valor de US$ 850 milhões (US$ 4,776 bilhões) que teriam sido deixadas de herança para eles.
O caso foi arquivado em 2014.
Com informações da Reuters
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