Estandes lotados, corredores do pavilhão com movimentação intensa, salas e auditórios com workshops e palestras disputadas pelo público. O clima efervescente que marca a 12ª edição da Interplast – Feira e Congresso da Integração da Tecnologia do Plástico, comprova que a indústria plástica vive um momento de aquecimento.
O evento, que acontece até esta sexta-feira (16/8), na Expoville, chega à reta final celebrada por expositores e visitantes que têm a oportunidade de conhecer os principais lançamentos e tendências do mercado, iniciar e fortalecer relações comerciais, fazer negócios e renovar conhecimentos.
Para o expositor Luiz Fernando Serzut, diretor da HECE Máquinas, a Interplast acompanha o crescimento do mercado e, para a sua empresa, fabricante de máquinas para embalagens plásticas flexíveis e rígidas, a feira é uma vitrine para os seus produtos e oportunidade para a realização de negócios.
“O mercado está bem, está comprando. A Interplast tem uma característica interessante que é estar em uma região muito forte do segmento plástico e 90% dos seus visitantes são pessoas de decisão, o que é muito bom. Neste ano, investimos em um estande com espaço para receber bem os nossos clientes e comemorar os 62 anos de história da HECE. Vamos sair daqui com vários negócios engatilhados”, comemora Serzut.
Sustentabilidadem Foco
Na quinta-feira (15/9), além da grande visitação do público, a programação da Interplast teve como destaque diferentes atividades onde líderes e profissionais compartilharam experiências e soluções que vêm transformando o setor. A sustentabilidade foi um dos temas de grande repercussão no evento e esteve em evidência em diferentes espaços e momentos da feira.
Na área de exposições, a Eco Ventures Bioplastic, empresa que comercializa e distribui resinas biodegradáveis e que tem como propósito proteger a natureza a partir de plásticos mais sustentáveis, inovou com um estande 100% sustentável, construído com material reciclável e reutilizado, projetado para minimizar o impacto ambiental e promover a economia circular.
Entre as iniciativas verdes implementadas no espaço, estão a utilização de adesivos PVC free na parte de comunicação visual, luminárias feitas de garrafas PET, paisagismo com vasos naturais que serão replantados após o evento e brindes sustentáveis. A equipe também usa peças de vestuário com tecidos sustentáveis e tênis feitos com garrafas plásticas recicladas de rios e oceanos, com sola de EVA derivado da cana-de-açúcar e acabamento interno de bio espuma reciclável e biodegradável.
Até o café servido no estande é embalado em cápsulas biodegradáveis, assim como os copos utilizados para servir bebidas. “Nosso estande vem ao encontro do propósito da empresa. A participação na feira está um sucesso. O público tem vindo muito ao estande, estamos informando e ensinando. Quando a gente fala em tecnologias de biodegradação, ainda há muita confusão. Então, o que podemos fazer também é explicar sobre o que existe no mercado. E isso faz parte do nosso propósito que não é apenas vender, mas também ensinar”, afirma a vice-presidente da Eco Ventures Bioplastic, Bruna Folster.
Inovações Sustentáveis para Transformar o Futuro
Promovido pelos Institutos SENAI de Inovação e Tecnologia em Santa Catarina, o CINTEC – Congresso de Inovação e Tecnologia, trouxe como tema central “Inovações sustentáveis que transformam o futuro”. No conteúdo, questões como bioeconomia, descarboização, economia circular, eficiência operacional e produtos sustentáveis, apresentadas por grandes marcas como Braskem, BASF e Plaszom, e por professores do UniSENAI.
De acordo com Marco Aurélio Goetten, gerente executivo da FIESC SESI SEINAI Regional Norte Nordeste, o CINTEC é uma oportunidade para mostrar à socieade que a indústria plástica vem investindo em sustentabilidade e que o assunto está cada vez mais em evidência. Para ele, o evento representa um importante espaço para disseminar informação.
“A Interplast acontece em Joinville e em Santa Catarina não por acaso. São mais de 1,3 mil empresas industriais do setor plástico e mais de 47 mil trabalhadores no Estado. Só em Joinville, são 250 empresas e 14 mil trabalhadores. Uma operação grande, um setor que precisa de informação, conteúdo e ciência para continuar competindo em nível global. E é isso que trazemos ao CINTEC”.
Diego Kunrath, gerente de produção da Gióca, empresa de embalagens plásticas de Fazenda Rio Grande (PR), já esteve na Interplast em outras duas edições, mas pela primeira vez participou do CINTEC. “Vim com o intuito de assistir às palestras e foi bem produtivo. Os palestrantes são tecnicamente perfeitos, bons oradores e os temas totalmente alinhados com os interesses da indústria. Estou levando dicas e fotos dos slides para compartilhar com a equipe da empresa”, afirma.
Fórum de Economia Circular
A sustentabilidade também esteve em destaque no 3º Fórum de Economia Circular, nacionalmente reconhecido por sua contribuição de práticas sustentáveis. A DEEP ESG, startup sediada em São José dos Campos (SP), trouxe para o evento o debate acerca da necessidade de mensuração de dados de efeito estufa para a definição de um plano de ação específico.
“A ideia foi sensibilizar a plateia sobre a necessidade de maior entendimento das operações para depois começar a falar de crédito de carbono. As empresas estão com ímpeto grande de compensar carbono e estão comprando muito crédito, mas não estão descarbonizando suas operações”, alerta Lisandra Medeiros, da DEEP ESG.
Sobre alcançar o objetivo do Fórum, ela avalia: “Foi maravilhoso, com uma troca muito grande não só de informação, mas de networking. Conhecemos muita gente, fizemos muitos contatos, reencontramos parceiros. A plateia esteve o tempo todo com a gente, prestando atenção, sendo responsiva às nossas falas e comprometida com o tema”.
Para Ericka Alfaya, responsável técnica da América Latina pelo segmento de Tyvek da DuPont, como fornecedora de insumos para a cadeia de plásticos, o objetivo de participar do Fórum é compartilhar e agregar conhecimento. “Precisamos conectar todas as frentes.
Para a DuPont é muito interessante entender como trabalhar o material que estamos colocando no mercado. Na hora que ele chegar no ciclo final, quem vai conversar com esses players para que a gente promova a divulgação de informação, de características técnicas para que possam saber identificar, como trabalhar, entender do que se trata”, afirma.
Metrologia Plásticos
Outro destaque da programação da Interplast foi o Seminário de Metrologia Plásticos, realizado pela Câmara Setorial de Máquinas, Equipamentos para Controle de Qualidade, Ensaios e Medição (CSQI) da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (ABIMAQ). Nesta edição, a temática foi “Ganhos de produtividade e melhoria nos desperdícios com instrumentação e qualidade para a indústria do plástico”.
Pela primeira vez na Interplast, Rodrigo Cruz, da área de Engenharia e Qualidade de Produtos da Tigre, de Joinville, aprovou a experiência: “Vim em busca de conhecimento sobre processos de medição. Foi muito interessante, com muitas informações e conhecimento. Vamos avaliar as sugestões de melhorias e ideias que podem ajudar”.
Workshop de Expositores
Completando a programação de conteúdo da Interplast, os workshops apresentados por expositores da feira destacaram assuntos das mais diversas áreas. Uma das salas mais disputadas pelo público foi a do workshop “Marketing e Vendas: como atrair a atenção dos tomadores de decisão na indústria do plástico”, apresentado pela Plástico Virtual, empresa paulista que oferece solução voltada ao marketing para o setor.
Para o diretor comercial da Plástico Virtual, Rodrigo Nascimento de Oliveira, o sucesso de público do workshop demonstra a necessidade e a importância do tema para empresas e profissionais. “As empresas percebem que precisam trabalhar a sua área de vendas, precisam diversificar os canais de oportunidade de negócio e ampliar sua rede de clientes, não apenas pela indicação. Vender é primordial e, para isso, é preciso divulgar, criar autoridade”, avalia.
A Plástico Virtual participa da Interplast há dez anos e ratifica a importância do evento para o setor da indústria: “O evento atrai um pool de pessoas interessadas em fazer negócios e netowrking de forma real, tem visitação muito boa. Mesmo sendo no Sul do país, a Interplast afeta todo o mercado nacional. A feira dita tendências, mostra empresas. As pessoas montam estratégias para poder mostrar seus negócios e apresentar seus lançamentos aqui”.