Indicadores de Jaraguá do Sul refletem estagnação

Os principais indicadores econômicos de Jaraguá do Sul no primeiro quadrimestre do ano estão em queda e refletem um cenário nacional de estagnação. A balança comercial do período é a pior em dez anos, com retração de 27,2% na comparação com o mesmo período de 2015. As transferências constitucionais de impostos diminuíram 8%, como resultado da baixa circulação financeira nacional e estadual.

Os números foram analisados pelo diretor de Desenvolvimento Econômico, Márcio da Silveira, durante a plenária da Acijs (Associação Comercial) na noite de ontem, e as estatísticas apontam que o declive deve persistir nos próximos meses. “Não conseguimos saber se nesses quatro meses chegamos ao fundo do poço ou não. Chegamos a um ápice e agora está descendo”, comentou.

Dados divulgados na segunda quinzena de maio mostraram que o cenário para exportação no município permanecia negativo. De janeiro a abril deste ano, o saldo ficou em US$ 70.1 milhões, enquanto no ano anterior ficou em US$ 96,4 milhões. Um dos motivos, arrisca Silveira, é a retração na relação econômica com os Estados Unidos. As exportações para os norte americanos caíram 45,6% no quadrimestre em relação a 2015.

“O dólar subiu no mundo todo, exportando, o empresário pensou que ficaria competitivo, mas não, porque todo mundo caiu. A economia americana está crescendo muito e nosso comércio com eles não cresceu”, explicou o diretor.

A estagnação na economia nacional foi contextualizada pelos valores que chegam aos cofres municipais. As transferências que vêm do Estado e União caíram de R$ 90,6 milhões para R$ 83,5 milhões no período. O número é menor também do que 2014, quando foram repassados R$ 85,7 milhões. A queda nominal de 8% é grave, aponta Silveira, e ganha ainda mais peso considerando a inflação de 10%.

Só o ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) caiu 7,6%, passando de R$ 43,1 milhões em 2015 para R$ 39,8 milhões neste ano. A arrecadação vinha ascendente desde 2012. Houve aumento de R$ 5,1 milhões de 2013 a 2014, R$ 1 milhão no mesmo período seguinte e agora uma queda de R$ 3,3 milhões.

Receitas próprias crescem
A receita tributária líquida, valores arrecadados pela Prefeitura de Jaraguá do Sul, em contrapartida, aumentou de R$ 45,8 milhões para R$ 48,8 milhões no quadrimestre. O crescimento de 7%, destacou Silveira, é reflexo de uma gestão fiscal eficiente do governo.

O maior aumento veio com o IPTU (Imposto Predial Territorial Urbano) que foi dos R$ 16,6 milhões arrecadados no ano passado para R$ 20 milhões este ano. Também cresceram outras receitas, como taxas de melhoria, passando de R$ 13,4 milhões para R$ 16,4 milhões. Na sequência, o maior implemento foi no ISS (Imposto sobre Serviço) que arrecadou R$ 187 mil a mais.

“O município teve que enxugar a máquina e tomar medidas, até muitas vezes impopulares, para tornar a Prefeitura mais eficaz. Para aumentar a receita própria com um cenário de estagnação econômica, é preciso esforço”, pontuou o diretor.

Seguro-desemprego cai
Os processos de seguro-desemprego encaminhados pelo Sine (Serviço Nacional de Emprego) de Jaraguá do Sul no quadrimestre diminuíram em 16% em comparação com 2015. Foram 2.743 nos últimos meses enquanto o ano anterior registrou 3.271 processos. Valor igualmente menor a 2014, que teve 3.240 pedidos e 2013, com 3.072.

De acordo com Márcio da Silveira, o número não demonstra uma diminuição nas demissões, mas a paralisação na geração de vagas. Dados gerais do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) até março mostram que foram admitidas 6,1 mil pessoas e 6,3 mil foram demitidas, um saldo negativo de 232. No período em 2015 foram 12,9 mil contratações contra 11,6 mil demissões. O saldo foi positivo em 1,2 mil vagas, mas o volume de pessoas demitidas superior, aumentado o número de processos no Sine.