A última frase enviada pelos passageiros do submersível Titan, que implodiu durante uma expedição rumo aos destroços do Titanic em junho do ano passado contrasta com a tragédia que viria em seguida.
“Está tudo bem aqui” – esta foi a mensagem derradeira enviada ao navio-base da OceanGate, antes da falha estrutural catastrófica que resultou na morte de cinco pessoas.
A mensagem foi revelada em audiência pública pela Guarda Costeira Americana nesta segunda-feira (16). Pouco após a mensagem ser enviada, as comunicações com o Titan foram perdidas.
Responsável pela principal investigação do caso, até hoje não concluída, a Guarda Costeira abriu nesta segunda uma semana de audiências públicas para revelar detalhes do que já foi descoberto.
Segundo a Guarda Costeira, o Titan nunca passou por uma revisão técnica por terceiros – todas as revisões foram feitas por técnicos da empresa que operava a embarcação, a OceanGate – e que antes da submersão fatal, o Titan foi “exposto a condições climáticas e outros elementos” por meses, durante seu armazenamento, o que pode ter deteriorado seu casco.
Ainda é incerto se os passageiros e tripulantes souberam que havia algo de errado no submersível – sondas chegaram a registrar ruídos repetidos que as equipes suspeitaram que poderiam ser batidas de dentro do Titan com pedido de ajuda.
Essa hipótese, no entanto, nunca foi comprovada, e investigadores afirmaram que o mais provável é que as falhas não tenham sido notadas antes da implosão.
Após a semana de audiências, a Guarda Costeira enviará um relatório com a conclusão das investigações e uma série de recomendações ao governo dos EUA.
As vítimas da implosão foram:
- o diretor-executivo da OceanGate, Stockton Rush, piloto do submersível
- o empresário paquistanês Shahzada Dawood;
- Suleman Dawood, que é filho de Shahzada;
- o bilionário e explorador britânico Hamish Harding;
- e o ex-comandante da Marinha Francesa Paul-Henry Nargeolet, principal especialista no naufrágio do Titanic.