Produtores de hortaliças de Jaraguá do Sul e Massaranduba tem encarado dificuldades após o forte calor do final de dezembro ter impactado negativamente a produção, problema agravado pela dificuldade em acionar o seguro do Pró-Agro – e a incerteza em abastecer os clientes.
Cátia Regina da Silva, de Massaranduba, relata a incerteza de quando técnicos do programa farão a avaliação dos danos, que são estimados em sete mil pés de alface apenas na semana anterior.
A produção de Cátia normalmente é de 40 mil pés por mês; no verão, aumenta para 50 mil pés por mês. Mas neste verão, com a forte oscilação térmica, com tempo instável, a planta fica sensível; com o forte calor no dia 30, as plantas não conseguiram absorver o cálcio no mesmo ritmo em que absorve o nitrogênio, e essencialmente “derreteram” nas estufas, em um distúrbio de produção chamado “tip burn”, ou queima de borda. O cálcio é responsável pela formação estrutural da parede celular; sem ele, o nitrogênio flui livremente e “explode” dentro da planta.
Com a chuva forte e a umidade elevada, a planta se torna ainda mais vulnerável.
“Nós tentamos entrar em contato com o pessoal da Cresol, que fez o custeio, para acionar o Pró-Agro, e desde quinta-feira passada não temos uma resposta em definitivo de quando o técnico virá para fazer a vistoria e mensurar o prejuízo”, explica a produtora.
Com grande parte da produção concentrada em uma estufa de 2500 m² em Massaranduba, os prejuízos só não foram maiores por conta de uma parte da safra estar concentrada em estufas abertas, com 300m², em Jaraguá do Sul, com uma circulação de ar melhor; como a estufa é menor, não concentrou tanto o calor.
Como as hortaliças são perecíveis, as perdas são imediatas, e agora os produtores estão com despesas acumuladas com pés estragados e sem poder plantar a nova safra do produto.
“Só esta uma semana nos deu um prejuízo de sete mil pés de alface que não podemos plantar”, explica, adicionando que os produtores podem perder clientes pois não tem como suprir a demanda.
OCP solicitou informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) quanto à situação e não teve resposta até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto para esclarecimentos.