História de 102 da Lupo anos sob o comando da família é tópico em curso da Fiesc

Elvio Lupo Junior é parte do conselho de Administração da Lupo. Foto: Filipe Scotti

Por: Pedro Leal

15/09/2023 - 10:09 - Atualizada em: 15/09/2023 - 10:57

Conduzir um negócio é desafiador para qualquer família, especialmente para aquelas que possuem quase 150 membros. Este é o caso da Lupo, a famosa fabricante de meias de Araraquara (SP), que está em sua quinta geração e segue no comando da empresa. O processo de sucessão na companhia foi apresentado nesta quinta-feira (14), no primeiro encontro da formação executiva que a Academia Fiesc de Negócios realiza voltada à sucessão familiar. Esta é a terceira edição do curso.

Membro do conselho de administração da Lupo, Elvio Lupo Junior é neto do fundador, o italiano Henrique Lupo, que chegou ao Brasil em 1888, com 11 anos.

“Como imigrantes, trabalharam em lavouras de café, mas meu bisavô tinha o ofício de relojoeiro. Em 1910, meu avô iniciou uma relojoaria e a família foi crescendo. Com dez filhos, ele decidiu expandir os negócios com a aquisição de máquinas de fabricação de meias em 1921, dando início à “Fábrica de Meias Araraquara”, relata. Na década de 1950 a terceira geração já tinha 20 membros. Henrique Lupo morreu em 1963 e na década de 1980, a família construiu a nova fábrica da Lupo.

Lupo Junior conta que a companhia passou por diversas transformações ao longo destes 102 anos de existência. “Uma empresa é feita por pessoas e o processo de sucessão dá início a um novo ciclo. Foi assim conosco. Atualmente a CEO é a Liliana Aufiero, minha prima, e temos um processo sucessório bem definido”, frisa.

Atualmente, a Lupo tem quatro unidades fabris: em Araraquara (SP), Itabuna (BA), Pacatuba (CE) e Maracanaú (CE). São 10 mil colaboradores. A Lupo conta com 692 lojas franqueadas que representam 25% da venda da Lupo, as vendas para o varejo multimarcas representa 66% e as grandes organizações de varejo 8% da venda. E-commerce e exportação completam os canais de venda.

Terceira edição do EDP

Iniciada nesta quinta-feira (14), esta é a terceira edição do EDP Sucessão e Transformação da Família Empresária. Participam desta formação executivos da Santa Rita, Altenburg, Royal Ciclo, Dentscare, Gabry Ella Collection Conf., Urbano Agroindustrial, Rocha Gráfica e Editora, Olsen Indústria e Comércio, Librelato e Christal Holding.

A coordenadora acadêmica do curso, Patrice Gaidzinski, ressalta que falar de família dentro de um ambiente de negócios é inovador. “Queremos olhar para as famílias, quem elas são na sua relação com esses negócios e a riqueza que produzem; como transformar a empresa familiar e assegurar a longevidade dos negócios”, explica. Os participantes receberão diagnóstico de maturidade dos seus processos de sucessão e mentorias customizadas.

O gerente-executivo da Academia FIESC de Negócios, Oto Moratto, frisa que a formação executiva visa manter os negócios competitivos. O diretor de inovação e competitividade da FIESC, José Eduardo Fiates, afirma que “nada é mais radical, inovador ou significativo em termos de transformação do que fazer uma sucessão bem-sucedida”.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).