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Férias: 76% dos brasileiros já deixaram de viajar por falta de organização financeira, revela Serasa

Foto: Pixabay

Por: Pedro Leal

18/12/2025 - 14:12

Organizar as férias coletivas ainda é um desafio para grande parte dos brasileiros. Uma pesquisa da Serasa, em parceria com o Instituto Opinion Box, mostra que, embora 71% afirmem programar bem o orçamento para o recesso, a realidade é diferente na prática: 76% já deixaram de viajar no período por falta de planejamento financeiro.

O levantamento revela que muitos consumidores ajustam a viagem ao que cabe no bolso, mas sem uma estratégia clara: 18% dizem gastar apenas conforme conseguem, sem planejamento prévio. O impacto aparece depois do descanso: mais da metade (51%) relata dificuldades financeiras no pós-férias coletivas, e 49% já se endividaram por despesas feitas nesse momento.

Entre os que planejam reduzir os gastos em comparação às férias coletivas anteriores, a prioridade é o pagamento das dívidas (49%) e evitar excessos (23%). Independentemente do orçamento, os principais objetivos do recesso seguem ligados ao bem-estar: tempo de qualidade em família (53%), saúde mental (48%) e descanso físico (48%).

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“Os dados mostram que o desejo de descansar é legítimo, mas ainda falta organização financeira consistente. Planejar férias vai além de definir um valor para gastar: envolve entender o impacto dessas escolhas no orçamento dos meses seguintes”, explica Rodrigo Costa, especialista da Serasa em educação financeira. “Quando o consumidor se antecipa, evita o uso excessivo do crédito e preserva a saúde financeira no início do ano seguinte.”

Planos e escolhas conscientes

Especialmente nesse período, para quem aproveita as férias coletivas entre dezembro e janeiro, descansar em casa (26%), viajar (22%) e visitar parentes em outras cidades (17%) aparecem como os principais planos.

Para viabilizar o momento de descanso ou viagem, 34% afirmam se organizar com mais de três meses de antecedência — um comportamento ainda restrito, mas fundamental para evitar gastos imprevistos. Por sua vez, 40% pretendem recorrer ao crédito para custear as próximas férias.

Os destinos nacionais lideram a preferência nas coletivas (91%), com destaque para praias (49%), áreas de campo e natureza (15%) e grandes cidades (10%). O preço é o principal critério na escolha do destino (26%), seguido pelo clima (24%) e pela companhia (21%).

“Antecipar decisões, comparar preços e definir limites claros de gastos são atitudes simples que fazem diferença no orçamento. Férias bem planejadas não precisam gerar dívidas”, orienta Costa. “O ideal é usar recursos extras, como o 13º salário, de forma estratégica, priorizando pagamentos à vista e evitando parcelamentos longos.”

Entre as formas de pagamento mais utilizadas nas férias coletivas estão o parcelamento no cartão de crédito (38%), o pagamento à vista via PIX ou transferência bancária (31%) e o uso do 13º salário (15%), reforçando a importância de escolhas conscientes para não comprometer o orçamento do início de 2026.

Responsabilidade para curtir sem perrengues financeiros

Para quem deseja aproveitar as férias coletivas sem comprometer o orçamento, a orientação é apostar em planejamento, especialmente aos viajantes. “Definir um teto de gastos antes de viajar, priorizar destinos próximos ou visitas a familiares, além de pesquisar preços com antecedência, ajuda a reduzir custos com transporte e hospedagem”, indica Rodrigo. “Deixar para viajar fora dos períodos mais concorridos, quando possível, e dividir despesas em grupo também são estratégias que tornam o descanso mais acessível.”

Outra dica é manter atenção aos gastos do dia a dia durante as coletivas. Optar por refeições caseiras, passeios gratuitos ou ao ar livre, e usar o cartão de crédito com cautela fazem diferença no orçamento final. “O descanso não precisa ser sinônimo de gastos excessivos. Com organização e escolhas conscientes, é possível aproveitar o período de recesso e começar o ano seguinte com as finanças sob controle”, reforça o especialista.

 

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).