Convidado pela Associação Empresarial de Jaraguá do Sul (Acijs) a falar sobre o tema “Futuro ininterrupto: criando organizações longevas e competitivas”, o professor, escritor e consultor Luis Lobão aponta que um dos desafios que empresas enfrentam, cada vez, está relacionado com a incapacidade de desenvolver modelos de gestão que garantam um crescimento com sustentabilidade e perenidade dos negócios. “Cada vez mais, todo o crescimento das empresas terá de pender para o custo zero, sob pena de perda de competitividade”, citando indicadores que colocam o Brasil entre os de pior desempenho global.
“Hoje a competição não é mais entre concorrentes, e sim com o futuro. Há falta de lideranças capazes de entender o movimento do mercado, se antecipar antes que o futuro torne estas mudanças óbvias. O líder deve ser cada vez mais inspirador, absorvendo o melhor das pessoas, seguindo princípios baseados em propósitos, ética, incentivo e empatia, estimulando suas equipes diante dos desafios enfrentados pelas empresas”.
Ele diz: “Falta projetos de sucessão em cargos críticos nas organizações, pessoas ausentes de resiliência em momentos de crise. A governança é um fator importante para que gestores enfrentem as mudanças em um ambiente tecnológico”.
O especialista, um dos nomes reconhecidos no País em análises organizacionais, ressalta a necessidade do gestor saber lidar com paradoxos: ao mesmo tempo que deve buscar eficiência, precisa saber lidar com erros que geram possibilidades de inovação, dar autonomia às equipes e do mesmo modo demonstrar um controle forte dos processos.
“O sucesso do passado não vai assegurar sucesso no presente. Quem não conseguir equilibrar elementos de longo prazo e pensar somente no curto prazo, terá a longevidade do negócio comprometida e um crescimento não sustentável economicamente, que é um fator de vantagem competitiva”.
Sobre o avanço da digitalização e o surgimento de inovações aplicadas à gestão e à produção, citando o uso de inteligência artificial, Lobão diz que o recurso não substituirá a mão de obra. “Só perderá seu emprego quem não souber utilizar a tecnologia”, completa.
Um dado apresentado por Lobão, do Fórum Econômico Mundial: 40% dos CEOs entendem que suas empresas não serão viáveis em uma década se não se transformarem e 75% das organizações não estão preparadas para o ritmo de mudanças na indústria.