Exportações de SC atingem US$ 942 milhões em agosto

Foto: Arquivo/Secom

Por: Pedro Leal

11/09/2024 - 16:09 - Atualizada em: 11/09/2024 - 16:41

As exportações de Santa Catarina alcançaram US$ 942 milhões no mês de agosto, uma queda de 13% em relação ao mesmo período do ano passado. De janeiro a agosto de 2024, as exportações catarinenses alcançaram US$ 7,5 bilhões, o que representa queda de 5,7% em comparação com o acumulado nos oito primeiros meses de 2023.

De acordo com análise do Observatório FIESC, houve recuo nas vendas de carnes de aves e de soja, importantes produtos da pauta exportadora catarinense, o que acabou afetando o desempenho. No caso da soja, segundo o Observatório, o recuo é decorrente de preços médios menores, em função da maior oferta brasileira do produto.
A exportação de carne suína cresceu 1,6% em agosto com relação ao mesmo mês do ano passado. “Mesmo com a queda da demanda chinesa, a diversificação das vendas para outros parceiros comerciais como o México, Chile, Japão e especialmente as Filipinas, agora no topo dos destinos da carne suína, tem impulsionado o aumento das exportações do produto catarinense”, explica o economista Andrei Dal Sent Machado.

O setor de equipamentos elétricos se destacou na balança comercial, principalmente com as vendas de motores elétricos e transformadores elétricos. Esse último cresceu 19% em relação a agosto do ano passado. Já os motores elétricos registraram queda de 3,3% em relação a 2023 na mesma base de comparação, mas com crescimento acumulado ao longo do ano.

O setor de madeira e móveis teve recuo de 1,2% em agosto comparado ao mesmo mês de 2023, mas registrou alta de 8% no acumulado do ano nas exportações. O resultado destaca a competitividade do setor, impulsionado pela resiliência da economia norte-americana. Entre os principais produtos, sobressaem-se as vendas de obras de carpintaria para construção e madeira compensada.

Principais parceiros comerciais

As exportações para a China recuaram 37% em agosto, resultado da desaceleração da economia chinesa, que busca por meio de estímulos fiscais e monetários retomar o crescimento. As vendas para os Estados Unidos, principal destino das exportações catarinenses, caíram 9,6% em agosto frente ao mesmo mês do ano anterior.
O destaque positivo foi o crescimento das exportações para o Japão, com crescimento de 170% em relação a agosto do ano anterior, principalmente com a retomada da venda de frango para o país.

Importações

As importações de Santa Catarina alcançaram US$ 3,1 bilhões em agosto, o que representou um crescimento de 17,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. Com isso, o estado já registra aumento de compras externas em 16,4% no acumulado do ano, totalizando US$ 21,9 bilhões.

O Observatório FIESC aponta que o crescimento nas importações está ligado às melhores condições de crédito, que impulsionam, por exemplo, a cadeia automotiva. A importação de veículos registrou aumento de 96,9% na comparação com agosto de 2023, partes e acessórios para veículos tiveram crescimento de 23,5%. Pneus de borracha – que fazem parte da categoria de produtos químicos e plásticos, apresentaram incremento de 16,2% em agosto.

O segmento que mais importou em agosto foi o de produtos químicos e plásticos, alcançando US$ 730,8 milhões. Fios de filamentos sintéticos e polímeros de propileno, tiveram alta, respectivamente, de 27% e de 32,6% em agosto, na comparação com igual período de 2023.

Outros setores também se destacaram na pauta importadora, como o de metalmecânica e metalurgia, que registrou crescimento de 242%, na compra de alumínio em formas brutas quando comparado a agosto passado. Já o cobre refinado, principal produto do segmento, apresentou uma elevação de 17,5% no mesmo período. Foi o segundo mais importado pelo estado em agosto e é um importante insumo para diversas indústrias, como a de equipamentos elétricos e metalúrgica.

A China é o principal fornecedor de produtos importados por Santa Catarina, respondendo por 44,9% de todo o volume negociado pelo estado em agosto. Entre os produtos, as compras no país asiático cresceram 32,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).