Fortalecimento da base industrial de defesa, redução de custos, autonomia e agilidade no fornecimento estão entre os benefícios de ampliar o volume de compras nacionais pelas Forças Armadas.
Com o objetivo de ampliar a aproximação do Exército com a indústria catarinense para encontrar e desenvolver produtos brasileiros para as necessidades do Departamento de Engenharia da Força, o General de Brigada Luís Cláudio Brion Cardoso, diretor de Material de Engenharia do Exército Brasileiro, detalhou na última quarta-feira (30) as demandas de materiais para os membros do Conselho de Desenvolvimento da Indústria de Defesa – CONDEFESA da Fiesc.
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A lista inclui embarcações de trabalho, embarcações blindadas e embarcações pneumáticas. A ideia é desenvolver em conjunto com a indústria, reduzindo a dependência de importações – o que reduz custos, dá mais agilidade e fomenta a soberania tecnológica.
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As demandas contemplam kits de defesa civil – com materiais necessários pelas unidades de engenharia -, placas reforçadoras de solo, lançadores de esteiras e membranas para estações de tratamento de água. Na área de tecnologia, as necessidades incluem drones, robôs e equipamentos para controle de máquinas à distância que possam ser acoplados. Explosores e equipamentos de mergulho também estão entre as possibilidades de compra.
Durante a reunião, José Augusto Crepaldi Affonso, Presidente Executivo da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança – ABIMDE, destacou os desafios atuais do setor de defesa, considerando o cenário geopolítico.
Ele salientou que contratos de empresas brasileiras já estão sendo afetados. Salientou ainda que parcerias estratégicas ao redor do globo estão sendo questionadas em um cenário de desconfiança e aumenta o receio de que – em caso de importações de produtos ou tecnologias – o suporte ao longo do ciclo de vida seja descontinuado.
Isso afetaria a compra de peças de reposição, assistência técnica e atualizações de programas, por exemplo. Diante do ambiente mais hostil, Crepaldi reforçou a necessidade de as Forças Armadas ampliarem parcerias com a base industrial de defesa brasileira.