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“Eu não interfiro na Petrobras”, diz Bolsonaro sobre flutuação nas ações da empresa

Em janeiro inicia a implantação da solução na Petrobrás | Foto Divulgação

Por: Pedro Leal

22/02/2021 - 09:02 - Atualizada em: 22/02/2021 - 09:55

As declarações do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na última quinta-feira (18) resultaram em uma queda vertiginosa das ações da Petrobras – e após o fechamento da Bolsa, Bolsonaro anunciou a indicação do general Joaquim Silva e Luna para o comando da empresa, em substituição a Roberto Castello Branco, o que deve refletir em novas quedas ao longo do pregão desta semana.

Antes mesmo do anúncio oficial da troca de comando na Petrobras, as ações preferenciais da Petrobras recuaram mais de 6%, enquanto as ordinárias caíram 7,50%.

Como a companhia é a de maior peso no mercado de ações, o que acontece com ela tem consequências para muitas outras empresas. Na sexta, o principal índice da Bolsa fechou em queda de 0,64%, a 118.420 pontos. A semana teve um recuo de 0,84%.

O presidente, no entanto, parece tranquilo com suas decisões: ao ser indagado se a queda nas ações da Petrobras na Bolsa preocupa o governo, disse neste sábado apenas que o mercado decide a questão e voltou a repetir que não interfere na estatal petrolífera. Com o capital aberto na Bolsa, a Petrobras tem como sócio majoritário o governo federal.

“A Petrobras é uma empresa mista. Se cair ou subir as ações, o mercado decide. Eu não interfiro na Petrobras”, disse ele após agenda em Campinas (SP).

A Petrobras segue uma política de preços que acompanha as variações do mercado internacional, considerando o barril do petróleo e a cotação do dólar. Bolsonaro, porém, defende que os altos preços dos combustíveis não se justificam. No entanto, até o aumento concedido nesta quinta, os ajustes acumulavam defasagem de 15%.

“Se eu não me engano, o reajuste do diesel no corrente ano está em 32%. Não justifica, não justifica. Eu vou interferir? Não vou interferir, mas não justifica.”

Também na semana passada, o governo propôs a redução a zero do Pis/Cofins sobre o diesel. Por se tratar de renúncia de arrecadação, o governo é obrigado, pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), a apresentar uma fonte de compensação, o que ainda não ocorreu.

O presidente também comentou neste sábado a alta da inflação e culpou as políticas de fechamento do comércio pelo problema.

“Eles atacam a economia agora para me atingir. Sabemos da inflação que está havendo nos produtos da cesta básica, em especial, mas vem da política do fica em casa”, disparou.

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Pedro Leal

Analista de mercado e mestre em jornalismo (universidades de Swansea, País de Gales, e Aarhus, Dinamarca).