Santa Catarina consolida-se como um dos principais polos da Indústria Criativa no Brasil, segundo o “Mapeamento da Indústria Criativa 2025”, estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). A análise aponta que o estado é destaque na contribuição ao PIB nacional (4,2%), ficando atrás apenas de São Paulo (5,3%), Rio de Janeiro (5,2%) e Distrito Federal (4,9%). Em números absolutos, o Produto Interno Bruto (PIB) Criativo do estado também é o 4º maior do país – R$ 23,9 bilhões, o maior fora da Região Sudeste.
Copom decide nesta quarta se pausa ciclo de altas na Taxa Selic
O estudo da Firjan foi elaborado com base na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2023, último dado oficial disponibilizado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Em 2023, a Indústria Criativa representava 2,6% dos estabelecimentos empregadores catarinenses — percentual superior à média nacional, que é de 2,3%.
Isso coloca o estado de Santa Catarina também entre as quatro Unidades Federativas com maior presença relativa de empresas criativas, ao lado de São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. No total, são cerca de 6,9 mil empresas atuantes na economia criativa catarinense, número que cresceu 4,7% em relação a 2022.
A Indústria Criativa emprega 72 mil pessoas no estado, representando um crescimento de 6,2% em relação a 2022 — ritmo superior à média mercado de trabalho total do estado e nacional. O setor destaca-se especialmente nas áreas de Consumo e Tecnologia, que juntas concentram mais de 87% dos empregos criativos do estado.
Tecnologia e Consumo lideram crescimento e geração de empregos
A área de Consumo é responsável por 51,9% dos empregos criativos catarinenses, com destaque para Publicidade & Marketing. Este segmento apresentou crescimento de 12,5%, atingindo 16 mil postos de trabalho em 2023. Arquitetura e Design também contribuíram para a expansão, embora Moda tenha registrado leve retração.
Já o setor de Tecnologia emprega 35,6% do total no estado, com 26 mil trabalhadores. Os destaques ficam por conta da Biotecnologia, que cresceu 10,4%, e da Tecnologia da Informação & Comunicação (TIC), o maior segmento da área, com 15 mil empregos e crescimento de 7,9%. A Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) também avança, ainda que em ritmo mais moderado.
Outras áreas, como Mídia e Cultura, apresentam números menores em termos absolutos, mas com potencial de crescimento — especialmente o segmento cultural, que registrou alta de 8,9% no número de empregos.
Florianópolis e interior do estado: uma economia criativa além da capital
Embora Florianópolis concentre 19,7% dos empregos criativos do estado, a maior parte dos postos está distribuída pelo interior catarinense. Municípios como Joinville, Blumenau, Jaraguá do Sul e Criciúma destacam-se pela alta participação na economia criativa, muitas vezes superando a capital.
A Firjan ressalta que, mesmo fora da capital, a presença relativa dos empregos na Indústria Criativa supera a média nacional, evidenciando a importância do setor para a economia regional como um todo.
Programadores lideram mercado de trabalho criativo
Entre as profissões criativas mais demandadas em Santa Catarina, programadores e desenvolvedores ocupam a liderança com cerca de 11 mil trabalhadores, quase o dobro da segunda colocada. Design também tem forte presença, com três profissões entre as dez que mais empregam no estado. O crescimento do emprego está impulsionado principalmente pelos segmentos de Publicidade & Marketing e TIC, que registraram as maiores altas absolutas em geração de postos de trabalho.
De forma geral, a Indústria Criativa impulsiona economia brasileira como um todo e já representa 3,59% do PIB brasileiro, o equivalente a R$ 393,3 bilhões, destaca o levantamento. O crescimento dos empregos formais no setor já supera a marca de 1,26 milhão de profissionais no Brasil.
“A mudança estrutural vista na economia brasileira, resulta do fortalecimento contínuo do mercado criativo, monitorado desde 2008 pelo Mapeamento. Nesse mercado, inovação, propriedade intelectual e valor da criatividade são pilares da expansão. A pandemia acelerou a digitalização e a adoção de novas tecnologias, impulsionando ainda mais o setor”, destaca Julia Zardo, gerente de Ambientes de Inovação da Firjan e coordenadora do estudo.
Além dos dados publicados no estudo, informações poderão ser combinadas e customizadas no Painel de Dados disponibilizado no site do Observatório da Indústria (observatorio.firjan.com.br/industriacriativa), permitindo analisar a Indústria Criativa do país sob diversos ângulos, como a cadeia produtiva, os profissionais criativos e os segmentos variados dessa indústria heterogênea. Além disso, é possível obter uma visão detalhada das 27 Unidades Federativas e dos mais de cinco mil municípios brasileiros, contemplando suas realidades distintas.